Através de um expressionismo marcante, o escultor Geraldo Bope usa o inconformismo para criar suas figuras, que, não importa o tamanho, representam seres gigantes envolvidos numa atmosfera de sofrimento, miséria e de dor. São estruturas de metal, recobertas de juta, cordas e estopas que moldam os corpos das figuras criadas pelo artista, onde o informalismo e o inusitado se reúnem para criar uma realidade "sui generis", que leva o observador a refletir sobre a humanidade e suas angústias atuais. Por intermédio de suas obras, Geraldo Bope lança um grito de protesto pelo drama angustiante por que passam milhares de seres humanos no Brasil e em diversas partes do mundo: vítimas da miséria, da fome e da violência. Sua pesquisa técnica e estética constitui, paralelamente aos temas de sua obstinação, a força e o impacto de seu trabalho, que nasce de uma vontade férrea de mudança social. Na obra Teima, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista demonstra sua profunda inquietação, extravasando com originalidade e sensibilidade artística na criação de obras significativas e perturbadoras. O artista Geraldo Bope nasceu em Macaúbas (BA), em 1954. Graduou-se em artes plásticas pela Universidade Federal da Bahia (1993). Atualmente reside em Vitória da Conquista, onde mantém seu ateliê e desenvolve trabalhos tanto de pintura quanto de escultura. Desde 1977 se dedicou à escultura talhada e madeira e, a partir de 1983, passou a interessar-se pela pintura a guache e posteriormente a óleo. Na busca de inovações, tem passado por vários estilos e técnicas, resultando daí um conjunto de obras diversas e originais. Em fase mais recente tem se preocupado em retratar, tanto na escultura quanto na pintura, o universo dos excluídos da seca, da miséria e da fome, utilizando técnica mista para suas composições. Possui obras em diversas coleções particulares de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.