Paulo Renato Souza


27/06/2011 20:00

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Paulo Renato Costa Souza nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 10 de setembro de 1945, filho de Renato Souza e Maria do Brasil Costa Souza.

Após os estudos regulamentares, matriculou-se em Economia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, formando-se em 1967. No ano seguinte fez o curso de Treinamento em Problemas do Desenvolvimento, Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal). No ano de 1970, tornou-se Mestre em Economia, pela Universidade do Chile, e Doutor em Economia, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1980.

Nos anos de 1970-1971, serviu no Chile na Divisão de Desenvolvimento Econômico, Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (Cepal), e de 1971-1977 serviu, também no Chile, à Organização Internacional do Trabalho (OIT) como diretor-adjunto do Programa Regional do Emprego para a América Latina e o Caribe, e como consultor em Diversas Agências das Nações Unidas - ONU, na América Latina, de 1978 a 1982.

Foi um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, permanecendo filiado entre 1966-1978; foi também um dos signatários da ata de fundação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, sucedâneo do MDB, do qual foi filiado, no período de 1978-1990. Nesse ano deixou o PMDB, filiando-se ao Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB, nova agremiação política fundada por nomes como André Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, do qual foi membro do seu diretório nacional.

No governo Franco Montoro foi primeiramente presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), em 1984, e depois secretário estadual de Educação, substituindo Paulo de Tarso Santos, exercendo a função entre 1984-1986, quando assumiu o cargo de professor titular do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), qual foi seu reitor entre 1986-1990, e presidente da Associação dos Docentes da Unicamp, de 1980 a 1982.

Paulo Renato foi ministro da Educação durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso, de 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Dentre as suas maiores realizações à frente do ministério estão a universalização do acesso no Ensino Fundamental, com a criação do Fundef e pela consolidação da avaliação nacional da Educação Básica, e a instituição do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM e o SAEB. Também foi em sua gestão que nasceu a Bolsa Escola, transformado no atual Bolsa Família. Por iniciativa de Paulo Renato, foi criada, em 2009, a São Paulo Escola de Formação de Professores, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento e a formação continuada do corpo docente da rede estadual de ensino.

Nas eleições de outubro de 2006 foi eleito deputado federal pelo PSDB, com 124.610 votos, assumindo sua cadeira na Câmara dos Deputados em 1º de fevereiro de 2007, para a legislatura de 2007-2011. Foi vice-líder do PSDB, entre 13 de fevereiro de 2007 e 28 de fevereiro de 2008. Licenciou-se do mandato parlamentar em 13 de março de 2009, para assumir por mais uma vez o cargo de secretário da Educação do Estado de São Paulo, substituindo Maria Helena Guimarães de Castro, durante o governo José Serra.

Em 16 de dezembro de 2010, pediu demissão do cargo de secretário da Educação de São Paulo com a justificativa da demora do até então governador eleito Geraldo Alckmin definir o nome do secretário de tal pasta já que o nome dele, segundo ventilava-se, estaria sendo cotado pela permanência na secretaria. Deixando o executivo estadual, reassumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados, permanecendo até o fim da legislatura, em 31 de janeiro de 2011.

Na Câmara dos Deputados foi membro titular das comissões permanentes de Educação e Cultura e na de Finanças e Tributação. Integrou várias comissões especiais e frentes parlamentares.

No exterior foi gerente de Operações e vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington (1991-1994), e membro do Conselho Consultivo da Fundação Santillana, uma instituição espanhola com atuação também na América Latina.

Ministrou cursos na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Chile, Católica de São Paulo e Católica do Chile. Pesquisador visitante na Ecole de Hautes Ètudes en Science Sociales, Paris, e no Institute for Advanced Study, Princeton, New York, USA. Exerceu a presidência do Conselho de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Foi autor de vários livros e artigos na área de Educação, Economia do Desenvolvimento e Economia do Trabalho. Realizou em vida acadêmica e profissional diversos cursos, e participou de várias missões oficiais.

No último sábado, dia 25 de junho, encontrava-se na cidade de São Roque, onde passava o feriado de Corpus Christi, quando sofreu um infarto fulminante e, apesar de ser socorrido ao Hospital Unimed, não resistiu. Seu corpo foi velado no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e sepultado nesta segunda-feira, no cemitério do Morumbi, na capital paulista.



*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. É diretor do Departamento de Documentação e Informação da Alesp.

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