Constant Rochat deixa transparecer a oscilação das cores com reflexos e sombras

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
29/01/2007 18:00

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Constant Rochat<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/artista.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Nada passa em frente aos olhos que não penetre no espaço da mente", afirma o eminente crítico de arte italiano Giulio Cesare Argan, que acrescenta: "Um dos grandes motivos do homem moderno é a ansiedade de espaço. Nos limites em que essa ansiedade possa ser satisfeita pela experiência visual, o homem pode e deve satisfazê-la."

Relembrar esse gênero de reflexões ao examinar a obra de Constant Rochat me pareceu apropriado e conseqüente. Com efeito, esse artista organiza com rigor o espaço e a estrutura de suas telas: o discurso mais do que conciso se opõe aos vazios, um ritmo agressivo anima a superfície embora não renegando a sensibilidade nos contrastes entre claros e escuros.

A descoberta de novas formas, de cores e de acordos inesperados são como os acontecimentos diários de uma história que não tem fim, mas na qual surgem veladamente perfis humanos, na busca de um lugar ao sol.

A matéria em sua obra exerce um papel importante: fluida ou espessa, conforme o movimento do pincel ou da espátula, ela suscita contrastes de texturas sobre os quais os vermelhos, os laranjas, os pretos, os celestes e os verdes exercem sua ação sutil ou insistente, como lençóis coloridos oscilantes ao ar livre que deixam transparecer seus reflexos e suas sombras.

Constant Rochat domina sua técnica e nos seduz com matéria e cores brilhantes, empastadas com sabedoria, para se exercitar em composições diversificadas e enriquecidas por combinações abstratas.

Na obra "Ebulição e Figuras", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o pintor prefere seguir aquelas finalidades expressivas que lhe permitem realizar uma viagem rigorosamente mental, sem renegar, entretanto, a sobrevivência de certos valores e com eles, a justificativa ética do seu próprio agir.



O artista

Constant Rochat nasceu em Lausanne, Suíça no ano de 1927, e transferiu-se para o Brasil em 1958. Estudou nas escolas públicas do Cantão de Vaud, demonstrando desde cedo gosto e facilidade para o desenho e, desenvolvendo esta aptidão, participou de diversas mostras locais.

Ao visitar os grandes museus da Europa e dos Estados Unidos, aproveitou para fazer estágios artísticos, com destaque para cursos em Madri, Espanha (1951) e Florença, Itália (2000).

Freqüentou, no Brasil, cursos de pintura a óleo com Nair de Carvalho (1989/1997); de desenho com os professores Roberto Rondino e Hermann Tatsch (2000/2001); de desenho e aquarela com Ligia Maragliano de Franceschi (1999/2004); pintura a óleo e acrílico com o professor Rodrigues Coelho, a partir de 2004.

Expôs trabalhos de grafite e lápis de cor no Espaço Cultural da Funarte, em São Paulo (2000) e na Escola Suíço-Brasileira de São Paulo (2001). Possui obras em diversas coleções particulares, no Brasil e na Suíça e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp