À época dos gregos, costumava-se dizer que depois da morte dos Titãs, filhos de Urano, os deuses do Olimpo pediram que Zeus criasse divindades capazes de cantar as vitórias dos deuses do Olimpo. Durante nove noites consecutivas, Zeus permaneceu com Mnemosina, mãe das musas. Dessas noites nasceram nove Musas. Entre elas a musa da música era Euterpe, que fazia parte do cortejo de Apolo, deus da luz, das artes e da previsão do futuro. Orfeu, filho de Apolo e da ninfa Calíope, foi o trovador dos deuses e dos mortais que seduzia os animais ferozes com sua música e até mesmo Plutão rei dos infernos onde desceu para buscar sua noiva Eurídice.

Na maior parte do mundo ocidental, comemora-se no dia de hoje o Dia do Músico, que coincide com o Dia de Santa Cecília, conhecida como padroeira dos músicos. Cecília, a santa dos músicos, viveu em Roma, no século III e decidiu viver casta, mas seu pai obrigou-a a se casar com Valeriano. Ela contou ao seu marido sua condição de virgem consagrada a Deus e conseguiu convencê-lo. Segundo a tradição, Cecília teria cantado para ele a beleza da castidade e ele acabou decidindo respeitar o voto da esposa e se converteu.

Pela oportunidade, reproduzimos nesta página obras do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo cujos autores enfocaram temas diretamente ligados a musica.



D. Esteves: "Boemia" - Usando um cromatismo bem brasileiro, procura traduzir visualmente através de linhas improvisadas, os ritmos e as complexas arquiteturas da composição, onde uma certa presença geométrico-cubista se faz sempre presente.

Fabio Roxo: "A violoncelista" - A espiritualidade do pintor adquire destaque no perfil de seu personagem que vive com intensidade tanto a música quanto o drama existencial. O artista se torna um intérprete que sofre e se comove com o seu tempo, do qual sabe colher incertezas e excitações com um toque singular e vibrante acento de verdade.

Geanete Reinis: "Instrumentos do folclore brasileiro" - O gosto de transferir a atenção em direções diversas e contrastantes não retira a essa pintora uma linha de coerência nos motivos diversos e as cores são utilizadas com a mesma propriedade e elegância. Ela alcança uma composição e um ritmo formal de elevado interesse.

João Cândido da Silva: "Samba" - O artista canta o mundo encantado das cenas e festas populares, do Carnaval, das escolas de samba, revelando sobretudo um Brasil pitoresco e musical.



Julio Camarero: "Elis Regina" - Sua pintura põe em evidência todo o seu poder inventivo, resultado de figuras delicadamente traçadas com toques firmes e geniais. Além da precisão o artista procura dar uma visão interior dos personagens retratados, onde encontramos a presença de uma completa harmonia, de serenidade e de alegria, de felicidade e de esperança na vida.

Afonso Nitoli: "O pagodeiro" - A obra evidencia uma fervida fantasia inventiva sempre à procura da cor e da expressão figurativa, com resultados que testemunham uma sensibilidade inata e uma promissora felicidade criativa.