Árvore, símbolo de equilíbrio da vida

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
20/09/2005 17:15

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"Pantanal 31" - Helena Kazue Nakai<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/pantanal Helena Kazue Nakai.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Pereiras, caminho da roça" - Rosangela Marassi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Rosangela Marassi Caminho de Jarinu.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Sertãozinho: caminhos cor de rosa" - Mary Yamanaka<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Mary Yamanaka  Sertaozinho caminhos cor de rosa.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Parque Nacional da Bocaina" - Roni Neufeld<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Ron Neufeld Parque Nacional da Bocaina.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Flamboyant em Flor" - Valério Dias<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Valerio Dias Flamboyant em Flor.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Os povos indígenas brasileiros sempre cultuaram a árvore como símbolo da vida, de modo especial à época da chuva ou quando preparavam a terra para semear. Há mais de um século, o Brasil comemora o dia 21 de setembro como o Dia da Árvore.

Não há dúvida que as comemorações visam, sobretudo, conscientizar as populações e as autoridades na preservação de nossas matas nativas, na proteção dos mananciais, onde flora e fauna encontram ambientes diversificados, além de estimular o plantio e o reflorestamento.

Como contribuição à data de hoje reproduzimos nesta página obras do Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo cujos artistas valorizaram a árvore em suas telas, além de uma poesia alegórica do poeta Augusto dos Anjos.

A árvore da serra

Augusto do Anjos

" As árvores, meu filho, não têm alma!

E esta árvore me serve de empecilho...

É preciso cortá-la, pois, meu filho,

Para que eu tenha uma velhice calma!

" Meu pai, por que sua ira não se acalma?!

Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!

Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...

Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...

" Disse " e ajoelhou-se, numa rogativa:

«Não mate a árvore, pai, para que eu viva!»

E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,

O moço triste se abraçou com o tronco

E nunca mais se levantou da terra!



"Pantanal 31" - Helena Kazue Nakai

A artista sabe pintar vegetação, colinas, rios, lagoas, árvores com um estilo personalíssimo e nos restitui uma suave emoção da realidade juntamente com uma visionária transfiguração da qual somente alguns mestres, como Kokoschka, foram capazes. Essencialmente paisagista, os quadros que pinta possuem uma entonação lírica, um sentido sugestivo de amplitude e de sublime chamamento.

"Parque Nacional da Bocâina" - Roni Neufeld

Inegavelmente, a habilidade cromática de Roni Neufeld tem como suporte um desenho seguro, firme, livre e arejado. Esse desenho possibilita à artista a difícil e preciosa execução de suas paisagens, não somente como precisa representação física do tema mas também, e sobretudo, como sua intima expressão. Possuidora de notável talento a artista é capaz de colher as mais escondidas vibrações interiores.

"Pereiras, caminho da roça" - Rosangela Marassi

Estamos frente a uma experiência que transforma cada momento da natureza em termos de pura luminosidade: tudo se transforma numa visão paradisíaca. O realismo paisagístico de suas obras se identifica plenamente com a realidade do ambiente numa linguagem que não permite interrogações.

"Flamboyant em Flor" - Valério Dias

Suas árvores floridas na paisagem recebem um tratamento cromático com uma luminosidade marcante e uma profundidade espacial bem definidos. O arista se revela um ser humano com espírito feliz e radiante de fé e abre a emoção sobre a beleza das coisas, sem metáforas esotéricas ou pretensiosas.

"Sertãozinho: caminhos cor de rosa" - Mary Yamanaka

Enquanto tantos valores de ontem parecem quase esquecidos, ao olhar suas pinturas, renovamos um sentido de descobertas contínuas. Pintando sem clichês pré-estabelecidos, seus quadros mostram os espetáculos da natureza, da vida urbana e do campo, englobando os gestos, as atitudes e os pensamentos até mesmo os mais escondidos da comédia humana. O seu realismo é, sobretudo repleto de cromatismo, de poesia e de musicalidade.

alesp