Luis Bayón alcança o justo equilíbrio entre abstração absoluta e movimento

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
01/11/2006 17:05

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<i>Vela ao Vento</i> (em outro ângulo)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M--Luis Bayon v.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Luis Bayón<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M--Luis Bayon.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Vela ao Vento</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M--Luis Bayon f.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A abstração absoluta sempre foi algo raro nas artes do século 20. Após 1945, o campo da abstração se expandiu, o que tornou possível um certo número de nuances que, sem dúvida alguma, restabeleceram as relações da abstração com o mundo objetivo.

Luis Bayón, entretanto, se interessa ao mesmo tempo pelos problemas da abstração absoluta e do movimento. Como Calder ou Marta Pan, o escultor catalão " há anos residente no Brasil " apela para a ajuda da natureza, ao vento, aos movimentos da mão.

As formas das obras deste artista são orgânicas e baseiam-se sobre o antigo metier de entalhar, cortar e escavar na madeira. O volume de suas esculturas é sóbrio, com uma tensão fechada da linha e da superfície curva, que nascem do conceito de função do movimento.

Acreditamos que não se trata tão-somente de comunicar um movimento a uma forma, mas de liberar o que deve ser a forma de representação de um movimento.

A aparente simplicidade de sua obra depende do entrosamento de suas partes, de tal maneira que elas possam se unir numa forma fechada ou coexistir numa relação modificada, onde as tensões permanecem direcionadas umas às outras, se aproximando ou se afastando como numa sensualidade sublimada.

Na escultura em mármore branco Vela ao Vento, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Luis Bayón evidencia no seu estilo uma nobreza de dimensão, criando um elo admirável entre o ser humano e a arquitetura, entre o homem e a paisagem.

O artista

Luis Bayón, pseudônimo artístico de Luis Bayón Torres, nasceu em Barcelona, Espanha, em 1948 e se transferiu para o Brasil em 1958.

Licenciou-se em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (1983), especializou-se em arte-educação na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (1989-1990) e em escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (1991-1992).

Freqüentou os ateliês de Nicolas Vlavianos (1984), do escultor suíço Rinaldo Willy e do escultor espanhol Mariano Andrés Vilella (1991 a 1995). Participou de um curso de escultura em pedra no ateliê de Álvaro Franklin.

Lecionou na escola D"Arts Oficis, de Barcelona (2001-2002), na Fundação Armando Álvares Penteado, na Faculdade de Artes Plásticas (1998-1999) e na Universidade de Guarulhos (1998-1999). É professor de escultura no Museu Brasileiro da Escultura e no Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo.

A partir de 1981, participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Museu da Imagem e do Som, São Paulo (1982); Caixa Econômica Federal, São Paulo; Feira da Cultura Brasileira, São Paulo; 7ª Exposição Cultural dos Imigrantes no Pavilhão da Bienal, São Paulo (1983); Espaço Simagram, São Paulo (1999); Casa da Fazenda do Morumbi e Shopping Light, São Paulo; "Momentos Intrínsecos", Espaço Cultural Banespa, São Paulo (2000); Salão Marc Chagal, da Hebraica, São Paulo (2001); Espaço Cultural C. Berti; Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal; 3º Salão de Arte Contemporânea Brasileira, São Paulo (2002); "Arte In Forma e Logolíticos", Galeria Mali Villas Boas, São Paulo (2003); e "Sólido e Insólitos", Espaço Cultural do Banco Central, SP (2004).

Possui obras em diversas coleções particulares na Espanha e no Brasil e nos acervos do Banespa, Universidade de Guarulhos, Instituto Dante Pazzanese e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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