Embora o Dia Mundial da Criança seja oficialmente 20 de novembro, data que as Nações Unidas reconhecem como o Dia Universal das Crianças por ser a ocasião em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança, as comemorações variam de país para país como é o caso do Brasil cujo evento é 12 de outubro, dia oficializado pelo presidente Arthur Bernardes em 1924. Entretanto somente a partir de 1960, o dia passou a ser devidamente comemorado numa iniciativa conjunta da Fábrica de Brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson, que lançaram na ocasião a "Semana do Bebê Robusto". Ao que parece a estratégia deu certo e os demais empresários passaram também a comemorá-lo coincidentemente com o Dia Nacional da Padroeira, Nossa Senhora de Aparecida. A arte de ser feliz é manter, sempre dentro de nós, o espírito de criança, por isso, para comemorar o dia de hoje publicamos nesta página algumas obras de artistas do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo que focalizam a criança em suas obras, ao mesmo tempo que desejamos lembrar o poema de Cecília Meireles a ela dedicado. Criança Cabecinha boa de menino triste de menino triste que sofre sozinho, que sozinho sofre, " e resiste, Cabecinha boa de menino ausente, que de sofrer tanto se fez pensativo, e não sabe mais o que sente... Cabecinha boa de menino mudo que não teve nada, que não pediu nada, pelo medo de perder tudo. Cabecinha boa de menino santo que do alto se inclina sobre a água do mundo para mirar seu desencanto. Para ver passar numa onda lenta e fria a estrela perdida da felicidade que soube que não possuiria Cecília Meireles, in 'Viagem' "Juntando Sonhos" " Cezira Colturato Sua pintura é "empenhada" não no sentido deturpado, mas porque sabe colher, quase no estado incônscio, os aspectos mais humildes e às vezes mais miseráveis da realidade contemporânea brasileira. "Afeto" Augusto Higa Sua pintura reflete ansiedade, inquietação e uma luta contínua em direção à anulação das formas e sua simplificação. A atitude de estilizar as figuras, cuja inércia plástica introduz uma leve esperança na visão pessimista da vida, está na sua base pictórica. "Ausência" Márcia Franco Seu tema central é a humanidade com seus sentimentos e seus problemas de vida de cada dia, numa relação contínua entre tema e objeto. "E agora, Brasil? Otávio Assad O trabalho desse artista colocando a criança frente a si mesma deve ser entendido como um sinal de afeto, de amor e de esperança com a humanidade, que busca sua própria identidade. "Menina Kalapalo" Marco Rossi Esta obra diz perfeitamente da linha adotada pelo artista, em que tudo é fruto de um pronto élan em defesa dos primeiros habitantes da "terra brasilis", numa homenagem àquela realidade que o espírito recolhe como ponto de partida. "Infância brasileira" Luís Mattos Transmitindo sua força narrativa, o artista se impõe denunciando uma sensibilidade pouco comum pela profunda análise que faz do ser humano e de sua dolorosa vivência à luz da esperança de sua redenção. "Miscigenação" Gustavo Lima Suas obras revelam uma íntima aproximação ao caráter dos personagens, em que uma significativa pureza se manifesta, testemunhando o amor e a preocupação em tudo o que representa o mundo da infância. "Índia Carajá" Rosa Godoy Rica de temas tipicamente brasileiros e personagens indígenas. Suas formas e cores se decantam em pintura minuciosa, cheia de luz. Seus temas mais frequentes convergem em defesa da natureza, mas com ênfase nos povos indígenas do Brasil Central e seu hábitat. "Seleção do Brasil" J. Canato A obra nos transporta por instantes a um mundo de contrastes na às quais, muitas vezes, não mais pensamos e seu maior mérito é aquele de oferecer ao momentos de profunda reflexão. O resultado são momentos da vida cotidiana da criança de nossos dias que revelam uma "sensibilidade" não retórica, mas poética. "Paulistinhas" Cristina Motta Insistindo tanto sobre o conteúdo quanto sobre a forma, a energia criadora da artista coloca uma acentuação vibrante sobre motivos e cenas reais do cotidiano, do qual a criança é a principal protagonista