As paisagens irreais de Christian Spencer envolvidas numa atmosfera de fantasia

Emanuel von Lauenstein Massarani
09/12/2003 14:00

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Obra Nebulosa vermelha<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CHRISSPENCER NEBULOSA VERM.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Christian Spencer<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CHRISTIAN SPENCER.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Christian Spencer se deixa transportar por um renovado conceito figurativo e toma para si o ato de prospectar um mundo seu fantasioso e poético e nos transmitir sua criatividade por meio de imagens tanto da Austrália, sua terra natal, quanto do Brasil, sua terra de adoção.

O entardecer no deserto central australiano, os raios de luz filtrando por entre as árvores do Parque Nacional de Itatiaia nos são transmitidos envoltos numa atmosfera de sonho. Coisas raras e paisagens irreais nos sugerem o aspecto agradável de uma realidade inventada quase para nos abstrair de um mundo às vezes hostil e no qual vivemos muitas vezes constrangidos.

Pintor sereno, ancorado no seu metier, na medida em que esse lhe serve de instrumento expressivo e, portanto, de paradigma a conceitos culturais, Christian Spencer percorre o seu próprio caminho com sofrida maturidade e vem alcançando sucessos em etapas meditadas em operoso e equilibrado recolhimento. Trata-se, pois, de um pintor que, apesar de jovem, já tem o seu espaço merecidamente conquistado.

Calor e fraternidade se liberam de suas "paisagens", onde nada é artificialmente desejado. Sensível ao espetáculo da vida, Christian Spencer domina sua temática sem a mínima idéia preconcebida.

A obra Nebulosa vermelha, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, revela o conflito entre a complexidade do conteúdo e a expressividade que busca para exprimi-lo, típico de uma linguagem na qual os problemas do espaço, da distribuição construtiva dos volumes, da expressividade da cor não separada de sua função tonal conservam toda a sua importância.

O artista

Artista plástico autodidata, Christian Spencer nasceu em Melbourne, Austrália, em 1977. Durante cinco anos viveu no deserto Flinders Rangers, convivendo com os aborígines locais durante seis meses. Transferiu-se para o Brasil em 2000, passando a residir no Parque Nacional de Itaitaia.

Participou de inúmeras exposições, destacando-se, entre elas: Hawker Art Show, na cidade de Hawker, Austrália; Hollow Bones Art Circle, Adelaide, Austrália, e Hollow Bones Art Circle, Melbourne, Austrália (1999); The Convent Gallery, Daylesford, Austrália; XVI Mostra de Arte da Granja Viana, SP, e Aix La Chapelle, Daylesford, Austrália (2000); Espaço Cultural da Universidade Federal de São Carlos; Abra - Academia Brasileira de Arte, SP; "Yacumana, Arte e Mitologia da Serpente", Museu Histórico do Butantã, SP; Espaço Cultural Sheraton Hotel, Curitiba, PR (2001 e 2002); Casa Rhodia, SP (2001); MAM - Museu de Arte Moderna, Resende, RJ; Museu do Parque Nacional de Itatiaia, RJ; Espaço Cultural Tanger, SP; "Australian Festival 2002", Espaço Cultural Hyatt Hotel e Sesc Campinas, SP (2002 e 2003); "Natureza Viva", Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Casa da Fazenda do Morumbi, SP.

Juntamente com a artista Tatiana Clauzet executou o painel Oca dos Curutus, na fazenda Pedra Vermelha, em Analândia, SP. Suas obras encontram-se em diversas coleções oficiais e particulares, notadamente no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa de São Paulo.

alesp