A tensão da forma e a dimensão autônoma na pintura abstrata de Suely Crudo

Emanuel von Lauenstein Massarani
30/06/2003 16:49

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Obra ¨Super/Ação¨<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/SuperacaoSueliCrudo300603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de Suely Crudo resulta de uma análise rigorosa da percepção e da arte de pintar. Nela estão combinados todos os elementos da arte da pintura: espessura, reflexo, contraste, distância, escala relativa das dimensões, efeito ambiental, sensibilidade da mão ao aplicar a cor, importância dos procedimentos seguidos, dosagem de improvisação e programa.

A artista, sem dúvida, amadureceu através de uma dissociação ideológica e de uma atitude de vida que certamente não é frágil: trata-se de uma mediação em termos de vitalidade, toda individual, sem por isso ser individualista, mas expressa numa constante tensão no confronto das coisas.

A magia sugestiva, a fantasia e ritmo de seus temas, a alegria de sentir as cores são uma constante em Suely Crudo. Sua pintura não implica necessariamente em mensagem racionalizada ou de algum conteúdo de fundo que se deseja generalizar, mas sim a comunicação de estados de alma ansiosos, distendidos ou prazerosos.

Vale salientar que para a artista o ato de pintar representa tão somente um momento de descarrego de tensões emotivas, expressas através de instrumentos congeniais mas também a formulação de um novo ritmo em relação à subdivisão dos espaços da tela, de uma nova sensibilidade com relação às cores, enfim, de como fazer frente ao seu trabalho.

Sua concentração mental vê ainda uma gradual simplificação das conotações naturais, a cuidadosa mas decidida redução dos elementos da composição e enfim o equilíbrio .

Em ¨Super/Ação¨, obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, permanece a estrutura temática, individualizada numa sóbria gama de correspondências espaciais, de longos silêncios, de luminosidade expressa em forma mental. A imagem assume uma dimensão autônoma construída sobre registros internos. Ela mantêm a tensão da forma e a reconfirmação da pintura.

A artista

Suely Crudo nasceu em São Paulo em 1949. Desde a mais tenra idade interessou-se às mais diversas formas de manifestações artísticas. Iniciou sua carreira propriamente dita informalmente, dedicando-se à costura e ao bordado. Posteriormente estudou e desenvolveu técnicas em pinturas a óleo, acrílica sobre tela e aquarela.

Aperfeiçoou seus conhecimentos participando do grupo de pesquisas sobre arte contemporânea e conceitual sob a orientação dos artistas e professores Aristides Gonzales, Malu Aguiar e Carlos Zibel.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Espaço Cultural do Hotel Bouganville, São Paulo (1999); Plaza Alphaville, São Paulo (2000); 1º e 2º Salão de Pintura Figurativa Contemporânea, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, São Paulo (2001 e 2002); 7º COSAP - Salão Suzanence de Artes Plásticas (2001); Espaço Cultural da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em Comemoração ao Centenário Carlos Drummond de Andrade; 31º Salão Bunkyo de Arte Contemporânea ( 2002 ).

Recebeu Medalha de Ouro no V Concurso ¨Arte in Forma¨, da Galeria Mali Villas Boas e no 31º Salão Bunkyo de Arte Contemporânea, e Medalha de Prata no 7º COSAP - Salão Suzanence de Artes Plásticas.

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