O Legislativo Paulista na visão de Henrique Passos, Cristiane Carbone e Gregório Grüber

Acervo Artístico - Emanuel von Lauenstein Massarani
31/01/2005 14:00

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Obra Palácio das Indústrias do artista Gregório Grüber<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Palacio Gruber.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na data em que o Legislativo paulista completa 170 anos, a Agência de Notícias da Assembléia Legislativa revisita a história da instituição pelo olhar de três artistas que retrataram suas sedes em diferentes períodos do Século XX



Henrique Passos

"Pátio do Colégio": Trata-se de um pintor lírico que procura inserir sua contemplação num grande horizonte criativo mas também de uma robusta força realista. Suas inclinações românticas e seu temperamento nostálgico se conciliam na espontaneidade de tons equilibrados, numa sucessão de imagens nas quais vibram ecos de controlados sentimentos.

Por meio de sutis sugestões, de transparentes e fluidas sensações visuais, Henrique Passos consegue nos restituir "esse mundo passado", esse profundo gosto pelas antigas cidades. Exatamente pela sua natureza enigmática e fruto da magia da cor, ele transmite tais emoções.

Na obra Pátio do Colégio, retratando a primeira sede da Assembléia Provincial, doada ao Acervo Artístico ao Palácio 9 de Julho, Henrique Passos, de verdadeiro protagonista, não se deixou envolver por uma fácil experimentação, mas coerente com seu credo nos repropõe, com fé imutável, a sua arte, o seu modo encantador de homenagear São Paulo.

Cristiane Carbone

"Palácio das Indústrias": Essa artista é de fato movida por uma incansável vontade de contar a nossa história através da cor e do desenho, relatar de si, de sua paixão por São Paulo, das coisas e das paisagens que a circundam. Trata-se de uma pintora empenhada, pois sua relação com a realidade é fecunda, séria e que enriquece todos quantos amam descobrir a memória de nosso passado.

A obra Palácio das Indústrias, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, reflete uma harmonia conjugada, de serenidade e de alegria, de felicidade e de esperança na vida. Uma inteligente síntese da natureza que alia poesia e plasticidade.

Gregório Grüber

"Palácio das Indústrias": Viajante do novo milênio, dentro dessa "Paulicéia desvairada", o artista retrata com profunda maestria a cidade de São Paulo, onde o seu lado de urbanista fala alto ao pintar a cidade que vivencia intensamente. Arquiteto sem sê-lo, Gregório desenvolve seu trabalho com uma estrutura arquitetônica que monta a partir de esboços, seja em desenho ou aquarela.

Cronista do nosso tempo, pesquisando a transformação de nossa metrópole, procura registrar as etapas do seu desenvolvimento, mas também de sua decadência. A exemplo do homem urbano, seus quadros refletem a solidão do cotidiano.

A interpretação do pintor sobre o Palácio das Indústrias, outrora sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, bem reflete o conceito de Miguel de Almeida que: "Se hoje fosse passado, Gregório estaria imaginando o futuro. Sua natureza é o urbano das metrópoles". Doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho pelo próprio artista, essa obra reinventa com profunda sensibilidade a arquitetura de linhas medievais florentinas desenhada por Ramos de Azevedo.

alesp