Aqui vai um aparente consolo: o crescimento da violência não é uma exclusividade do Estado de São Paulo e de boa parte do resto do Brasil. Notícia procedente de Paris diz que a França registra avanço da criminalidade em suas cidades. Os números são preocupantes para o governo francês: em 1998, o índice de criminalidade no país cresceu quase 3 por cento em relação a 1997.

A exemplo do que ocorre no Brasil, a violência torna-se assustadora, principalmente nas grandes cidades francesas, como Paris, Lyon, Nice, Marselha, Estrasburgo, Toulouse e Bourdeaux. A cada ano, aumenta a participação de bandos de jovens franceses e imigrantes no mundo do crime, com furtos, assaltos, atos de vandalismo e até enfrentamento com a polícia. Coincidência ou não, a França é agora governada por uma coalizão da direita com um grupo socialista-comunista-ecologista.

O presidente direitista Jacques Chirac, preocupado com a onda de crimes, exigiu providências aos seus parceiros "filósofos", semelhantes aos que conhecemos por aqui. A França é um dos países mais evoluídos da Europa, é o que recebe maior número de turistas do mundo, e não deveria mesmo passar por essa situação. De certa forma, o caso da França é parecido com o de São Paulo, com a diferença de que, em nosso Estado, a criminalidade cresceu muito mais.

França e São Paulo recebem grande volume de imigrantes, que geram problemas sociais. Mas esse fator, sozinho, não justifica o crime: os franceses e os paulistas sabem que, diante de uma polícia ágil, não há delinqüente que desafie a lei.

*Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL