A matriz energética paulista pode passar por mudanças, incorporando fontes alternativas e ambientalmente mais adequadas. É essa a proposta que a Assembléia Legislativa quer discutir no seminário "O Problema como Parte da Solução: Aproveitamento Energético de Resíduos", que teve início na manhã desta segunda-feira, 1/10, no auditório Franco Montoro. No evento se discutirá, ao longo de todo o dia, a geração de energia a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar. A mesa de abertura do seminário contou com a participação do presidente do Legislativo paulista, deputado Vaz de Lima, da secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena, e do secretário adjunto do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo. A primeira palestra foi desenvolvida pelo coordenador de energia da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, Jean Cesare Negri. O palestrante explicou as principais características da matriz energética em São Paulo.Em seguida, Eduardo Hayama, do banco UBS Pactual, falou sobre aspectos econômicos do uso do bagaço de cana. Para ele, "a biomassa é uma das fontes mais competitivas, porque se beneficia da sazonalidade".Na terceira palestra, apresentada por João Carlos de Mello, presidente da Andrade & Canellas Consultoria e Engenharia, foram abordadas a comercialização de energia e a conexão elétrica na co-geração a bagaço de cana. Mello fez um relato histórico do processo de co-geração. Segundo ele, no início, o objetivo era incinerar o bagaço; posteriormente, na década de 1970, visou-se a auto-sustentação do processo, mas, com o excedente de energia, surgiu o interesse na venda desse excesso.O gerente de comercialização de energia da Crystalsev, Celso Zanatto, pediu, em sua palestra, "regras mais claras" a fim de dar estabilidade para o investidor contratar sua energia. Ele entende que a ausência de marcos regulatórios gera incerteza, tanto para quem gera energia como para o usuário final.(Aguarde mais informações).