Projeto prevê a substituição de cola de sapateiro por adesivo sem tolueno
09/04/2002 13:30
Da Assessoria
Está tramitando na Assembléia Legislativa projeto de lei que prevê a substituição da cola de sapateiro pelo adesivo à base de água como forma de eliminar gradativamente a utilização do benzeno de tolueno. O projeto segue a linha defendida pela diretora técnica do Centro de Vigilância Sanitária, Marisa Lima Carvalho, durante a reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia na semana passada, quando sugeriu a proibição do tolueno na cola de sapateiro.
No final do ano passado, os deputados Duarte Nogueira e Roberto Engler , ambos do PSDB, visitaram em Franca a Quimicam, empresa que fabrica adesivos, a Samello e a Jiacometti, duas das maiores indústrias calçadistas do Estado. O objetivo da visita foi buscar subsídios para a discutir o uso do tolueno na cola de sapateiro. O projeto original, de autoria de Duarte Nogueira, proíbe a venda e comercialização da cola sintética, produzida a partir do benzeno de tolueno, que é a substância com efeito alucinógeno. Já o substitutivo apresentado pelo deputado Roberto Engler determina que as empresas ficam obrigadas a proceder à substituição gradativa da cola de sapateiro pelo adesivo à base de água.
"Nós vamos discutir com todas as cadeias do setor calçadista a formulação de um texto legal, que não prejudique o setor, os níveis de emprego, nem a competitividade do calçado brasileiro. O que estamos buscando é estimular a discussão sobre como resolver um velho problema, que é o uso indevido da cola sintética pelos cheiradores e também os efeitos que esse produto apresenta sobre o meio ambiente", disse o deputado Nogueira.
Para o deputado Engler, a discussão não significa embate. "Essa é uma discussão de alta complexidade, mas que todos têm o mesmo objetivo. Não vamos colocar em votação um projeto que prejudique o setor", afirmou.
A cola sintética ou de sapateiro é utilizada, além do setor calçadista, pela indústria de móveis, carpetes, pela construção civil. Na Quimicam, os deputados conheceram o processo de produção da cola sintética e da cola à base de água e também tiveram acesso às pesquisas que estão sendo desenvolvidas para a ampliação do uso do adesivo sem tolueno.
Indústrias adotam novo adesivo - Atualmente, o adesivo à base de água já está sendo utilizado por indústrias do setor em algumas fase da produção e com determinados materiais, mas ainda existem outras em que não há como deixar de utilizar a cola sintética, porque as pesquisas estão se desenvolvendo ou estão em fase de testes.
A Samello, por exemplo, já implantou o adesivo à base de água. Em determinada fase da produção, a utilização chega a 65% e a empresa aguarda o desenvolvimento das pesquisas para que possa ampliar esta margem. Outras empresas, como a Vulcabrás e a Alpargatas, já aboliram a utilização da cola sintética. O adesivo à base de água representa um custo 30% superior, mas, segundo as empresas, apresenta ganho na produtividade.
Pesquisas desenvolvidas entre jovens da capital demonstram que a cola de sapateiro acaba abrindo caminho para o uso do crack, além de ser utilizada em larga escala por ser mais barata e de compra fácil. Em 99, levantamento do Centro Brasileiro de Análise de Planejamento constatou que entre as drogas mais consumidas, a cola de sapateiro aparece em terceiro lugar (14%), atrás da maconha (41%) e da cocaína (21%).
Outro levantamento, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua de São Paulo, feito com a população carcerária da Febem, mostrou que 40% dos meninos, quando cometeram o crime pelo qual cumpriam pena, estavam sob efeito da cola ou do crack. Quando inalado, causa excitação, letargia e vômito, compromete a produção das células sanguíneas e reduz a imunidade do organismo, abrindo caminho para as infecções oportunistas. Nos cheiradores de cola, que usam saco plástico e após certo tempo não conseguem mais afastá-lo do nariz, a intoxicação pode levar à inconsciência, convulsões, ao coma e à morte.
Os efeitos sobre o meio ambiente também são preocupantes, lembra Nogueira, já que, por serem voláteis, os solventes evaporam poluindo o ar. Nas linhas de produção, os trabalhadores também estão sujeitos à intoxicação, apesar do esforço da indústria em adotar sistemas eficientes de ventilação.
Notícias mais lidas
- Aumento do salário mínimo estadual e projeto 'Chave-a-Chave' são temas de Sessão Ordinária da Alesp
- Servidores de várias categorias se unem por recomposição salarial
- Na Alesp, policiais penais cobram melhorias e recomposição salarial para a categoria
- Veículos híbridos de SP terão isenção do IPVA por dois anos; confira regras aprovadas pela Alesp
- Alesp recebe audiência pública contra o projeto de remoção da Favela do Moinho
- Alesp reforça compromisso com agronegócio paulista durante Agrishow
- Alesp aprova projeto que ajusta critérios para promoção de patentes na Polícia Militar
- Dia do Trabalhador: um século de conquistas garantidas e liberdade para a busca por novas demandas
- Governo anuncia 18 Escolas Cívicos-Militares em cidades indicadas por deputado
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações