Críticas a escolas

"Há escolas que são campeãs em exclusão", afirmou Mauro Alves da Silva, do Grêmio Social Esportivo-Recreativo Sudeste. Ele disse que realizou um estudo em 2004, e percebeu que algumas escolas sempre apresentam problemas no trato com os alunos. Mauro discordou de matéria veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que classifica algumas escolas como excelentes. Para ele, isto é uma "falácia", pois inclusive estas escolas têm sérios problemas. Citou a Escola Experimental da Lapa, afirmando que esta excluía moradores carentes da região, bem como não possui banheiros adequados para os "cadeirantes" que freqüentam o local. Criticou, ainda, uma escola da Vila Mariana por ter instituído catracas eletrônicas, que são usadas para proibir a entrada de alunos suspensos e de alunos que não pagaram para participar de uma festa realizada no dia 31/10.

Discriminação com estrangeiros

O chileno Tercero Silva Silva, do Círculo Chileno Brasileiro de Integração Latino Americano, afirmou que embora a Constituição Federal disponha sobre igualdade de direitos, isto na realidade não ocorre. Ele citou vários fatos que comprovam discriminações sofridas por estrangeiros, inclusive pela proibição para ocupar certos cargos públicos no país.

Policiamento preventivo

Maria Lima Matos, delegada aposentada, enalteceu o "espírito democrático" do deputado Enio Tatto (PT), que propôs a criação da Assembléia Popular. Segundo ela, a primeira tribuna desse gênero foi criada há 25 séculos, em Atenas. A delegada também voltou a criticar a política de segurança do atual governo. Maria Lima leu uma reportagem da revista "Consulex", onde o desembargador José Renato Nalini teria dito que nunca se construiu tantos estabelecimentos carcerários nem se prendeu tanta gente como atualmente. Para ela, a falta de policiamento preventivo, com a presença de mais viaturas e policiais nas periferias, faz com que haja aumento da criminalidade.

Críticas surtiram efeitos

Representante do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua, Robson César Correia de Mendonça, afirmou que seus discursos nesta tribuna surtiram efeitos. Ele disse que após criticar o fato de não conseguir agendar consulta médica, recebeu telefonema convidando-o para realizar a consulta. Robson criticou, ainda, decisão do Tribunal de Justiça, que indeferiu recurso do Ministério Público sobre decisão anterior que não recebeu acusação contra policiais suspeitos de terem chacinados moradores de rua. Outra crítica de Robson é sobre o fechamento de albergues na cidade. De acordo com ele, a prefeitura tem fechado algumas unidades, bem como dificulta o acesso dos mendigos ao recinto.



Reajuste salarial para radialistas

Pleitear o aumento salarial e melhores condições de trabalho para os radialistas da Fundação Padre Anchieta levaram Nilton de Martins, do Sindicato dos Radialistas de São Paulo, à tribuna. Segundo ele, os funcionários da Rádio e TV Cultura - administrada por aquela Fundação - têm sido vítimas de um arrocho salarial sob a alegação de que o aumento ultrapassaria o limite previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nilton disse que essa lei atende apenas aos interesses de banqueiros, pois reserva dinheiro para pagamento de juros. Ele criticou, ainda, o valor do vale-refeição de R$ 8, inferior, segundo ele, à média de outros órgãos de imprensa; as demissões e o acúmulo de funções que os profissionais têm feito, o que faz com que a qualidade dos programas fique comprometida.

Falta de creches

José Roberto Alves da Silva, do Movimento de Olho na Escola Pública, afirmou que a Assembléia Popular tem atingido seus objetivos, pois várias denúncias feitas têm sido resolvidas. Quanto à questão das creches municipais, José Roberto apresentou dados revelando que só uma em cada cinco crianças, de 0 a 4 anos, é atendida e que esta relação para crianças de 4 a 6 anos é de 1 atendimento a cada 3 crianças. O orador defendeu a criação de um Fundo Municipal para a Educação Infantil como forma de solução a médio prazo. Orientou a quem não conseguiu vaga em uma creche a procurar os Fóruns em Defesa da Criança para registrar o fato.

Reincidência

Cremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos, lembrou que faz mais de um ano que um professor da escola Otacílio de Carvalho Lopes foi denunciado por espancar e ofender um aluno. O professor recebeu, segundo Cremilda, apenas uma advertência. O mesmo professor foi denunciado novamente e o novo processo está em análise pelos órgãos da Secretaria da Educação. A representante do Núcleo questionou a complacência da Secretaria com o acusado, já que o mesmo, segundo ela, foi promovido, após a primeira denúncia, a professor-coordenador em outra escola. Cremilda criticou a declaração, publicada pela imprensa, do professor Palmiro Menuchi, do CPP, de que considera o aluno oriundo de classes mais desfavorecidas economicamente como menos capacitado para o aprendizado.

EMTU

Merice Andrade de Quadros, da ONG Embu Guaçu em Ação, queixou-se do descaso com que são tratados os moradores da cidade que dependem de transporte público. "Só duas linhas servem a cidade, uma para ir ao Hospital de Itapecerica da Serra, já que Embu não possui hospital, e outra que liga ao metrô, mas o descaso é tão grande que a população espera duas horas no ponto para ser transportada em veículos velhos sem a menor segurança", afirmou. Merice solicitou apoio dos deputados para melhorar as condições de vida da população de Embu Guaçu.

Ridícula

Anderson Cruz, do Instituto Pau Brasil, classificou como ridícula a matéria publicada pelo jornal Diário de São Paulo, do dia 19 de novembro, que apresenta um ranking com as melhores escolas públicas de São Paulo criado por educadores. Para Anderson, a classificação é ridícula, pois muitas das escolas citadas na matéria são objeto de várias denúncias. Anderson citou a escola Andrômico de Melo, que tem se caracterizado, segundo ele, por uma política excludente, inclusive com a obrigatoriedade do uso de uniformes caríssimos por parte dos alunos. O orador criticou também a postura da vereadora Claudete Alves, da Comissão de Educação da Câmara Municipal, que não permite a participação da população nas discussões.