Opinião - Tráfego intenso nas estradas


17/04/2009 17:25

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Davi Zaia*<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2009/DaviZaia05.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Um movimento semelhante ao que ocorre nas ruas e avenidas das grandes cidades paulistas vem ocorrendo nas rodovias que servem as principais regiões metropolitanas do Estado.

De acordo com pesquisa "Origem e Destino", coordenada pelo Metrô, houve um grande aumento no chamado Volume Diário Médio (VDM) do tráfego em sete das dez rodovias que servem a capital; somadas todas as estradas, o movimento passou dos 291 mil veículos, em 1997, para 397,5 mil veículos, em 2007, um aumento de 36,65% no período.

As exceções são as rodovias Castelo Branco, Ayrton Senna e Anchieta, em que o número de veículos teve redução de 4%, 8% e 36%, respectivamente. A explicação está na transferência de veículos para estradas paralelas que tiveram as suas condições melhoradas por investimentos. Nesse caso, por conveniência as pessoas optaram por trafegar naquelas que lhes apresentam mais vantagens. É o caso da Raposo Tavares em relação à Castelo Branco, Dutra e Ayrton Senna, Imigrantes e Anchieta.

O fato é que as rodovias passaram a apresentar problemas de tráfego intenso que fizeram com que elas se assemelhassem a imensas avenidas. A primazia do transporte individual sobre o coletivo também agrava o problema. Enquanto os automóveis ocupam mais espaço viário e transportam menos pessoas, o resultado inverso se dá com os ônibus que transportam mais passageiros e utilizam proporcionalmente menos espaço.

Uma soma de fatores contribuiu para o aumento do tráfego de veículos nas estradas. O primeiro é a melhor qualidade das estradas decorrente de investimentos das concessionárias, o segundo é o maior número de automóveis em função do aumento do poder aquisitivo das pessoas e o terceiro é o adensamento de loteamentos e indústrias que se instalaram ao longo das rodovias em razão da melhor situação das rodovias.

As rodovias que apresentaram maior volume de tráfego, segundo o estudo, são: a Fernão Dias (126% a mais), Via Dutra (119%), Anhanguera (92%), Bandeirantes (33%), Régis Bittencourt (VDM 83% maior) e Raposo Tavares (33% a mais). O maior número de veículos circula pelo sistema Anhanguera e Bandeirantes, que servem as regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo " 131 mil por dia em 2007 em comparação com os 88 mil veículos registrados em 1997.

Portanto, a condição atual das estradas, aliada à melhor situação financeira da população e conseqüentemente o aumento da frota de automóveis, se reflete, aparentemente, em uma política acertada de concessão de estradas para o setor privado.

Por isso, apesar do excesso de preço cobrado nas praças de pedágio, a situação de tráfego e segurança é bem melhor do que no passado. O que não livra São Paulo de padecer das consequências da opção histórica do Brasil por apenas um meio de transporte, o rodoviário, sobrecarregando o sistema viário.

Nossos problemas, portanto, residem na falta de um modelo de transporte que integre rodovias, ferrovias e hidrovias. Essa é a condição essencial para um país que queira ser competitivo e economicamente viável.



*Davi Zaia é deputado estadual e 2º vice-presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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