CPI das Contaminações Ambientais visita empresas em Jurubatuba


20/03/2009 19:33

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2009/CPICONTAMINADEPSMAU_0905.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Rodolfo Costa e Silva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2009/CPICONTAMINARODOLFOMAU_0978.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jorge Caruso (em destaque)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2009/CPICONTAMINACARUSOMAU_0864.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A CPI das Contaminações Ambientais realizou nesta sexta-feira, 20/3, diligência a quatro empresas que são responsáveis legais pela contaminação de áreas próximas à represa de Jurubatuba, na zona sul da capital. O presidente da comissão, deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), foi ao local acompanhado pelo deputado Jorge Caruso (PMDB), integrante da CPI, por dois procuradores da Assembleia e por técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e da Secretaria estadual da Saúde.

A comitiva visitou as instalações da Procter & Gamble, sucessora da Gillete, o shopping SP Market Center, a Sandvik do Brasil e a Indústria Nucleares do Brasil. Todas essas empresas estão localizadas na área onde a Cetesb identificou a contaminação por solventes clorados, localizada mais extamente entre as avenidas Interlagos, João Dias, Nossa Senhora do Sabará, Nações Unidas e Robert Kennedy.

Segundo Rodolfo Costa e Silva, a diligência teve o objetivo de conhecer mais detalhadamente a área contaminada e atestar quais são os encaminhamentos de soluções dados pelas empesas responsáveis pelos terrenos onde foram identificados problemas. "Queremos conhecer mais de perto as características da região, observar diretamente as ações promovidas pelas empresas envolvidas, para que desta forma possamos idenificar quais medidas são necessárias para minimizar os riscos à população e ao ambiente", disse Costa e Silva.

O parlamentar disse que é importante saber qual a real extensão das contaminações, uma vez que próximos às áreas com presença de contaminantes estão instalados uma faculdade do Senac, com centenas de estudantes, e vários condomínios residenciais.

Dependendo do tipo de poluentes existentes, eles podem ser propagados por diferentes vias, como o ar, o próprio solo, as águas subterrâneas e superficiais, com riscos sobre os bens a proteger, localizados na própria área ou em seus arredores.



Gerenciamento

O gerenciamento da área conataminada começou a ser feito depois que a fábrica da Gillete fez uma auto-denúncia, em 2001, informando que em seu terreno havia solventes clorados. Desde então, a Cetesb vem coordenando as ações de empresas instaladas na mesma região.

A metodologia utilizada pela Cetesb para o gerenciamento de áreas contaminadas é composta por dois processos: o de identificação e o de reabilitação de áreas contaminadas. A identificação de áreas contaminadas é feita em quatro etapas: definição da região de interesse; identificação de áreas com potencial de contaminação; avaliação preliminar; e investigação confirmatória. O processo de reabilitação divide-se em seis etapas: investigação detalhada; avaliação de risco; concepção da remediação; projeto de remediação; remediação; e monitoramento.

Durante a visita desta sexta-feira, os membros da CPI conheceram in loco o sistema de remediação desenvolvido pela Procter & Gamble, sucessora da Gillete, no domínio do terreno onde está instalado um galpão, atualmente desativado. Fabiola Rosseto, coordenadora de projetos da ERM, empresa de consultoria técnica, fez uma apresentação dos sistemas de extracão de águas subterrâneas utilizados pela Procter & Gamble. Segundo ela, o processo de tratamento encontra-se em sua fase final, que deve ser sucedida pela operação do sistema de oxidação.

Também em fase final, se encontra o sistema de gerenciamento operado pelo shopping SP Market Center. O gerente geral Ronivaldo Tofano apresentou o maquinário de tratamento das águas e explicou que a empresa já cumpriu quase todas as etapas do gerenciamento, restando agora o monitoramento, que deve ser feito nos próximos dois anos por meio de análises semestrais da água extraída de 47 poços exitentes no terreno.

A Sandvik do Brasil, que possui 30 poços de sondagem, ainda não apresentou o seu projeto de remediação, esmiuçando as medidas corretivas e as metas. O deputado Rodolfo Costa e Silva cobrou da empresa que acelere a conclusão dos relatórios, fudamentais para que possa ser feito o mapeamento da area contaminada e evitar maiores prejuízos às pessoas que trabalham no local e aos mradores da região.



Resíduos radioativos

A última visita feita pela CPI foi à Indústrias Nucleares do Brasil, empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, que mantém quase uma tonelada de resíduos provenientes de processamento de material radioativo produzido pela usina Santo Amaro (USAN) da extinta Nuclemon, desativada em 1995.

Nas instalações da empresa, na avenida Nações Unidas, encontram-se armazenados resíduos do processo de extração de minerais pesados, utilizando solventes, a partir de areias monazíticas. Um desses minerais, a monazita, tem na sua composição dois elementos radioativos naturais: tório e urânio.

Os técnicos da empresa que monitoraram a visita da comitiva ao galpão lacrado mostraram como o material é armazenado em containers, tambores e bombonas plásticas. Também explicaram como é feito o controle da radiação no local e as medidas para gerenciar as contaminações.

O deputado Rodolfo Costa e Silva disse ter ficado surpreendido ao saber que a Cetesb não faz a fiscalização da contaminação por radiação. Segundo os técnicos da agência ambiental do Estado, o órgão faz apenas a análise de amostras químicas, que demonstraram que a água no local não apresenta níveis de contaminantes que comprometem sua potabilidade. O monitoramento da radiação é feito pela própria INB e é comparado periodicamente com os dados levantados pela auditoria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).



Novos horizontes

O presidente da CPI fez uma avalição positiva da diligência. Segundo ele, a visita feita às empresas abriu novos horizontes para o processo de investigação que está em curso. "O que observamos aqui nos dá uma base mais segura para continuarmos os trabalhos da CPI, para investigarmos outras empresas e avaliarmos melhor os planos de remediação, necessários para garantir a segurança de todos os moradores desta região, que teve nos últimos anos um grande avanço imobiliário."

alesp