Professores, funcionários e alunos de vários cursos da Universidade de São Paulo (USP) participaram na tarde desta quinta-feira, 24/3, de um ato público, organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), em que foram abordadas diversas questões relacionadas à universidade e à gestão do reitor daquela instituição, João Grandino Rodas. Os presentes fizeram diversas denúncias relacionadas ao reitor. Segundo eles, o reitor faz negócios com questões relacionadas à rotina da faculdade, como receber recursos para dar nomes de banqueiros às salas de aula. Dentre as denúncias apresentadas, estão compras de terrenos e imóveis por preços elevados, a tentativa de extinguir 330 vagas do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH - USP Leste); a terceirização da universidade; a seleção dos alunos por classe social (estabelecendo a elitização definitiva da USP) e a demissão de 270 funcionários, em janeiro passado, sem justificativa plausível. Por outro lado, os presentes pedem a apuração rigorosa, pelo Ministério Público Estadual, das denúncias de mau uso do dinheiro público, o respeito aos alunos da EACH e a recontratação dos 270 aposentados demitidos. Os alunos ainda reivindicam o fim do vestibular. Apoio dos parlamentares Os deputados Enio Tatto, Telma de Souza, João Paulo Rillo, Carlos Grana, Antonio Mentor, Alencar Santana, Gerson Bittencourt, todos do PT, e Olímpio Gomes (PDT) manifestaram-se favoravelmente às reivindicações dos manifestantes. Todos ressaltaram a necessidade de mudar o estatuto da universidade e o fortalecimento (em todos os níveis) do ensino público. Os parlamentares ratificaram a importância da democracia na vida social e lamentaram a pressão que alunos e funcionáros vêm sofrendo do reitor Rodas através de publicações quinzenais. Compuseram a mesa, além dos parlamentares citados, o professor Francisco de Oliveira; Magno Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp); João Zanetic, presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp) e Zelma Marinho, representante dos aposentados demitidos; Thiago Aguiar, diretor do DCE-USP; Marina Silva, falando em nome das obstetrizes, e Maria José Menezes, do Núcleo de Consciência Negra da USP. O professor Wanderley Messias, que representava a reitoria da universidade, abandonou a audiência antes de se pronunciar. O reitor João Grandino Rodas foi escolhido reitor da USP através de decreto do então governador José Serra, em 13/11/2009. Seu nome era a segunda opção de uma lista de três indicações. O 25º reitor da USP foi diretor da Faculdade de Direito da USP, possui graduação em Pedagogia e Direito pela USP (1969); graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira dos Padres Jesuítas (1970) e em Música pela Faculdade de Música Sagrado Coração de Jesus (1964). Rodas tem três mestrados: em Ciências Político-Econômicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal (1970); em Direto pela Harvard University, Estados Unidos (1978); e em Diplomacia, pela Fletcher School Of Law And Diplomacy, Estados Unidos (1985). Em 1973, o reitor obteve doutorado em Direito pela Universidade de São Paulo. É livre-docente pela USP desde 1976. Desde 1993 é professor titular pelo Departamento de Direito Internacional FD. Em 1990, obteve titularidade em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade Estadual Paulista (Unesp).