DA REDAÇÃO

Os primeiros resultados de uma proposta para trabalhar, entre os estudantes, o conceito de paz foram apresentados nesta segunda-feira, 5/11, durante reunião da Comissão Multidisciplinar de Educação para a Cultura da Paz, realizada na Assembléia Legislativa. Eles são uma resposta à decisão tomada pela entidade, em março deste ano, de estimular o debate contra a violência, de início, em um pequeno grupo de unidades de ensino.

"Nossa proposta foi encaminhar às escolas uma discussão sobre a paz, mas não do nosso ponto de vista", disse a deputada Rosmary Corrêa (PMDB), que participa dos trabalhos da comissão. "Precisamos entender como ela é vista pelos alunos, dentro de seus colégios."

Quatro escolas mostraram o resultado dessa discussão durante o encontro realizado no auditório Teotônio Vilela. "Como a paz é um conceito que não tem limites, não impusemos nenhum parâmetro aos trabalhos que seriam desenvolvidos", garantiu Elisa Guerra Malta Campos, presidente da comissão multidisciplinar. As escolas Viva Vida, Bem-me-Quer, Santa Marina e EEPG Godofredo Furtado - as três primeiras particulares -, de São Paulo, optaram por realizações artísticas gravadas em vídeo.

"A arte, ao expressar sentimentos, dá voz aos diversos segmentos da sociedade, e isso representa a paz", afirmou o professor Tom Wil, da Viva Vida. Os alunos da escola, com idades entre cinco e seis anos, mostraram em vídeo, por meio de brincadeiras e música, "uma tentativa de ser participativos na sociedade", disse Wil. O Colégio Santa Marina, da zona Leste, tem cerca de mil estudantes, e um grupo de alunas da última série do ensino médio elaborou uma coreografia que, com o uso de roupas em tons claros e escuros, mostra ao final a predominância da paz.

Além desse trabalho em que a arte serviu à reflexão contra a violência, as atividades das escolas se estenderam a outros campos: a Bem-me-Quer realizou campanha contra o desarmamento infantil, entregando mais de 400 brinquedos para reciclagem; os alunos do Colégio Santa Marina, por sua vez, engajaram-se como voluntários na Casa Lar do Betinho.

A Escola Estadual Godofredo Furtado, por sua vez, articula sua participação na campanha Natal sem Fome. Seus alunos foram responsáveis pelo texto e montagem de uma peça de teatro, gravada em vídeo, em que cenas de violência levaram os estudantes a refletir sobre a paz, a cidadania e o racismo.

A deputada Rosmary Corrêa ficou entusiasmada com os trabalhos apresentados. "A pequena célula reunida aqui pode se reproduzir em muitas outras, que vão discutir o tema", disse. "Temos que plantar a semente da paz, primeiro, no coração das pessoas", completou Elisa. Novas reuniões da Comissão Multidisciplinar de Educação para a Cultura da Paz, programadas para o próximo ano, continuarão a estimular a reflexão entre os estudantes.