Unindo a forma à cor, Vera Orsini obtêm em sua pintura a poesia da transparência

Acervo Artístico
16/09/2005 15:58

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 Vera Orsini<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Vera Orsini.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra da série "Champs Elysées<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/vera orsini 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A exemplo de diversos artistas que buscam a raridade na criação, Vera Orsini se distingue por estudar, indagar e trabalhar sua matéria. A combinação geométrica das diversas cores nos conduzem a modulações que não encontram resposta, nem em pesquisas formais pré-existentes, nem na realidade objetiva. Elas provêem de sonoridades íntimas inexploradas tanto no momento da inspiração quanto no momento da versão final.

Vale salientar que somente em aparência, Vera Orsini evoluiu a própria linha operativa. A geometria constitui sempre seu parâmetro de base. Seus trabalhos atuais, pela ausência de "forma" visível tão somente sugerida pela imparcialidade dos traços geométricos, podem apresentar uma certa dificuldade na leitura perceptiva.

Entretanto, é de fato mais difícil revestir de formalidade uma massa cromática, que tende a se desfazer, seja pelo meio tom do timbre, seja pela indeterminação desejada do seu parâmetro externo. A pintora resolve o problema com um "pianíssimo" quase musical de seus timbres pontilhados.

O resultado é um agradável jogo de formas abstrato-geométricas informais que recebem, entre as cores pastosas, fortes acentuações de timbre. Vera Orsini tende a privilegiar a percepção com dois modos diferentes: de um lado, uma meditada busca dos valores essenciais da percepção visiva, do outro, o desenvolver de formas com o conseqüente equilíbrio da composição e da percepção.

Na obra da série "Champs Elysées", doada ao Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, um leve sopro invade, tênue e refinadamente, os timbres cromáticos utilizados, os meios tons intimistas e um harmônico desequilíbrio aparece entre cores diversificadas, às vezes quentes outras vezes pastéis. Dentro de uma sua exigência de unir, numa circunstância global, a forma à cor, a artista obtém em sua pintura a poesia da transparência.

A Artista

Vera Orsini, pseudônimo artístico de Vera Lucia Orsini nasceu em São Paulo, em 1960. Realizou diversos cursos técnicos de cerâmica com Cecília Stelini, Heloisa Alvim, Akiko Fujita, Célia Cymbalista, Vilma Villaverde e Jorge Chiti. Em vidro modelado cursou Fusing e Casting com Vilma Villaverde e Carlos Herzberg; em vidro soprado com Yasumasa Sano, no Japão. No campo das artes visuais e da arte conceitual seguiu cursos com Carlos Fajardo e Cecília Stelini.

Atuando na área experimental utiliza o objeto com conceito como meio de expressão. Sua produção inclui pintura, fotografia com interferência digital e instalações que interrogam as alterações da vida, ocasionadas pela vivência do cotidiano.

Participou de inúmeras exposições coletivas e individuais, destacando-se entre elas: I e II Salão do Vidro e Terracota - Biblioteca Municipal John Kennedy - São Paulo (1996 e 1997); Campinas Décor (1997, 1998, 1999 e 2000); Galeria Aquarela, Campinas (1997 e 1998); Silvia Matos Atelier de Criatividade, Campinas; Galeria Lavoro d´Arte, Rio de Janeiro (1999); "Gradeação" Silvia Matos Atelier de Criatividade, Campinas; "Gradeação" Associação dos Artistas Plásticos, Araçatuba; Bienal de São João da Boa Vista (2000); Capela de São Sebastião, Campinas (2001); Salão de Artes Visuais de Vinhedo, São Paulo (2002); Artexpo 2003 Nova Iorque - Jacob K. Javits Convention Center (2003).

Foi catalogada no Panorama Atual de Cerâmica e Vidro do Mercosul e possui obras em importantes acervos particulares e oficiais, notadamente no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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