Especialistas falam sobre fatores de risco do câncer de mama


21/06/2006 17:19

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Público participante da Semana da Saúde da Mulher<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SEMA MULH PUBL 08MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Francisco Coelho, médico do Hospital do Câncer<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SEMA MULH Francisco G Coelho03MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Fabiana Baroni Alves Makdissi e Elza Maria Patéra Mourão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SEMA MULH Fabiana Maksissi e Elza Maria P Mourao03MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Cerca de 49 mil novos casos de câncer de mama serão registrados em 2006 " 15 mil só no Estado de São Paulo " e um quarto das pacientes afetadas pela doença morrerá. Esses são dados estatísticos apresentados pela médica Fabiana Baroni Alves Makdissi, do Hospital do Câncer e do Centro de Pesquisa e Tratamento A. C. Camargo, durante palestra realizada nesta quarta-feira, 21/6, na Assembléia Legislativa, como parte da Semana da Saúde da Mulher, evento organizado pela deputada Ana Martins (PC do B).

Fabiana apontou fatores de risco para a doença, que incluem a idade entre 40 e 60 anos, o tabagismo e a obesidade. A terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos também aumenta a possibilidade de ocorrência, ao contrário das próteses de silicone, que não têm relação direta com o surgimento de tumores. "Mas o silicone prejudica em cerca de 20% a sensibilidade do seio, o que afeta a identificação precoce através do auto-exame", ela alertou.

O auto-exame pelo toque, segundo Fabiana, é um procedimento fundamental para evitar que se chegue à mastectomia (extração da mama). Se diagnosticado na fase inicial, há 100% de possibilidade de cura para esse tipo de câncer, "um dos mais temidos pelas mulheres, porque afeta sua imagem e sua percepção da sexualidade", disse Fabiana.

A paciente com câncer de mama sofre duas vezes, complementa a psicóloga Elza Maria Patéra Mourão, psiconcologista do Hospital Santa Catarina. "Ela sofre, primeiro, como toda pessoa que vê sua vida ameaçada e, também, pelo ataque à sua feminilidade e pelo fantasma da mutilação", afirmou.

Há 12 anos atuando nessa área, Elza fez uma abordagem dos mecanismos psicológicos associados aos medos provocados pelo câncer e dos aspectos simbólicos da mama, "primeiro objeto de amor de todos os indivíduos".

O evento contou ainda com a participação do médico Francisco Coelho, também do Hospital do Câncer. Especialista em câncer de colo de útero, ele afirmou que no segundo semestre deve estar disponível no Brasil a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), um dos principais causadores da doença.

"A vacina contra os principais tipos de HPV é 100% eficaz em quem ainda não tem a doença, mas com seu custo atual não é possível a aplicação em massa. As autoridades de saúde pública terão que discutir essa questão", afirmou.

O fato de o câncer de colo de útero ter ocorrência inferior ao de estômago e de pulmão em São Paulo é, segundo o médico, um dos sinais de que a doença está associada à pobreza. Dados apresentados por ele revelam ainda que 80% dos casos no mundo ocorrem em países em desenvolvimento.

"Segundo a Organização Mundial da Saúde, um programa eficiente de papanicolau (exame para diagnóstico da doença) deve cobrir de 80% a 85% dos pacientes de risco. No Brasil, essa porcentagem não chega a 2%", lamentou.

alesp