Mari Dias não hesita em admitir ter sido atraída por formas inusitadas juntamente com o desejo de alcançar, além das aparências, sua dimensão. A artista tem provado isolar do contexto mecânico propriamente dito, que a circunda, as imagens que são mais aptas a representar a sua leitura das coisas. Confiante em si mesma e convencida de suas idéias, preocupa-se em analisar crises e limitações de que sofre a arte figurativa, no pensar de diverso críticos. Mari Dias está segura de que é, através da pesquisa operante, a condição para proceder na aventura criativa. Uma pesquisa difícil e exigente persegue o transcorrer rápido das mutações das formas, condição que qualifica a criação artística. A elaboração de uma ideia e sua concretização constituem momento de emoção e documento de um estado mental. A matéria, símbolo existencial de história e de tempo, sublimada pelo testemunho gráfico, se torna a mais imediata e autentica manifestação do traço. A artista tem, evidentemente, tendências para o informal. Da síntese das idéias à sua hipótese, a distância é breve e Mari Dias dispõe de um bom equilíbrio até mesmo nos contrastes das saliências obtidas cavocando o papel. Trata-se na realidade de um pretexto para uma pesquisa de atmosfera que conduz com estilo sóbrio, usando uma técnica inovatória. A obra "Desabrochando", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, busca vínculos com o cotidiano, mas busca cada vez mais se libertar e se dirigir a uma pesquisa interior, em direção a uma liberdade, a um infinito, a uma lei que fixe sobre a superfície formas de um certo tempo, de certas sugestões. A Artista Mari Dias, pseudônimo artístico de Marilene Dias Grandisoli, nasceu na cidade de Campos de Jordão (SP), em 1949. Formou-se em língua e literatura francesas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e obteve pós-graduação em administração na Fundação Getúlio Vargas. Trabalhou durante muitos anos como profissional de Organização e Métodos. Aos 54 anos formou-se em educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado, realizando um sonho de juventude. Desenvolve artes plásticas utilizando técnicas as mais diversas. Apaixonada por pintura e literatura, tem escrito crônicas autobiográficas que reunidas resultaram na publicação de dois livros: "Como Teodora Minha Avó" e "Crônicas da vida e do coração" que foram lançados em 2010. Tem participado de exposições em diversos países da Europa e possui obras em diversas coleções particulares na França, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.