O modulo expressivo e surreal consente a Marina Vicari de manifestar, por intermédio de uma forma de livre evasão, uma visão também onírica do próprio mundo, onde o ser humano, tema dominante, é colocado em contínua relação consigo mesmo e o ambiente do qual é parte integrante.Nessa ótica se insere, de modo coerente, o seu esquema compositivo para recrear, nas justaposições de planos e de cores, o sentido metafísico da representação que assume assim uma função estimulante para o espectador.À medida que aprofundamos a leitura, a obra de Marina Vicari parece recuperar uma sorte de autônomos valores espaço - temporais todos seus. A profundidade está no pânico sentido da angústia, a sincronia é dada pela progressiva e inquietante sensação de eventos passados e futuros que, em crescendo, nos investem e coenvolvem. Possivelmente, é exatamente esse sentido do inevitável que permite de subtrair de uma pintura rica de citações, simbologias contadas com técnica sábia.A visão científica da vida, para alguns, está ainda no estado de magia, de exorcismo, enquanto que as possibilidades da mente humana são ainda românticas e ideais. Para quem a lembrança e a fé fazem de antídoto à brutalidade do verdadeiro: um jogo fascinante e alucinante - igual ao próprio jogo da vida - existe sempre um equilíbrio entre antes e depois, entre hoje e amanhã, mas particularmente para essa artista, entre hoje e ontem.Na obra 'A medusa', doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, o discurso de Marina Vicari oscila entre o amargo e o doce não abrindo uma passagem intransponível, mas criando uma ponte entre o problema do singular e do interesse geral.A ArtistaMarina Vicari, pseudônimo artístico de Marina Vicari Lerario, nasceu em São Paulo em 1952. Formou-se pelo curso superior de Propaganda e Marketing da Faculdade Anhembi - Morumbi e pelo curso superior de Educação Física da USP. Estimulada por seu pai, o conhecido arquiteto italiano Vicari, desde a mais tenra idade, tomou contato com a arte, sua historia e seus estilos. Paralelamente a suas atividades artísticas dedica-se à Literatura, escrevendo romances e livros de poesia. Recentemente descobriu sua vocação no campo das artes plásticas adotando o estilo realista, tendo como mestre desde 1999, o artista Maurício Takiguthi. Desde então realiza trabalhos em carvão (branco e preto), pastel e óleo sobre tela ou papel. No ano de 2001 freqüentou um workshop com Daniel Greene, conhecido retratista americano no campo do pastel. Entre as diversas exposições participou do: 14º Salão de Arte da Associação Comercial de São Paulo, Distrital de Pinheiros (2001); 2º Salão de Arte Figurativa do Bunkyo; 2º Salão Barbarense e Concurso Cultural Bayer (2002); 19º Salão de Abril de Belas Artes de Franca; 3º Salão de Pintura Figurativa Bunkyo; XVIII Salão de Artes Plásticas de Arceburgo, MG; 8º Salão de Artes Visuais de Vinhedo, SP (2003); "Uma viagem de 450 anos", SESC Pompéia, São Paulo (2004). Recebeu inúmeros prêmios, medalhas e distinções por sua participação em diversos certames artísticos. Suas obras figuram em diversas coleções particulares e no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho.