Ida Zami obtém a essência vital da imagem através de uma construção meditada

Acervo Artístico
05/07/2005 16:02

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Sem Titulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Ida Zami2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ida Guttenberg Zamijovsky, ou simplesmente Ida Zami<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/IdaZami.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra "Abstração"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Ida Zami1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A obra de Ida Zami não é fácil de ser definida. Parece abstração e, ao mesmo tempo, não. Um conjunto de forças mantém em tensão a forma e lhe dá um sentido de imediatismo, de espontaneidade, quase uma repercussão do inconsciente e uma forte emergência existencial.

Contrastando com tudo isso, a imagem é formada por meio de uma longa meditação, um lento depositar da matéria que é aplicada paulatinamente. Em resumo, a artista obtém a essência vital da imagem através de uma construção meditada. Com todos esses contrates ela completa sua obra, na qual encontramos a substância de seu trabalho, ou a dizer melhor, de sua personalidade de pintora.

Suas obras nos lembram muros. Nos seus "muros", o espaço é criado no interior da imagem, onde encontramos uma tentativa de transcrição do tempo, da vida que deixaram sobre o antigo tijolo a garoa, os ventos, a poluição e o encostar cotidiano do homem.

As emoções de Ida Zami provêem, na sua maioria, da paisagem, mas não existe nada menos paisagístico, de menos tradicional, do seu modo de olhar e captar a emoção. O muro antigo e esfumaçado de uma casa abandonada, a madeira corroída de uma porta, um fantasma do entardecer são as coisas que a artista parece captar. Nesse diálogo entre a sua presença e o mistério da natureza, a sua relação com o mundo é de substância profundamente romântica.

Nas obras "Abstração" e "Sem Titulo", doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, encontramos uma emoção, um sentimento de absoluto, uma certa maneira de valorizar moral e poeticamente as camadas de matéria, onde a liberdade ou a anarquia do informal provocam a eliminação do controle da imagem.

A Artista

Ida Guttenberg Zamijovsky, ou simplesmente Ida Zami, nasceu em São Paulo, em março de 1940. Formou-se em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e em odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Realizou diversos cursos de extensão na área de design têxtil no Senac, em desenho, pintura e criatividade no Atelier Sarah Goldman (1978-1980) e Hedva Megged (1980); ourivesaria, com Guita Lenner (1978); e em liberação da criatividade, com a arte-terapeuta Carminha Levy (1981, 1984 e 1987).

Ministra cursos de desenho, pintura e composição, design e joalheria artística, artesanato em metal e ourivesaria, desde 1980, em seu próprio Atelier. Oferece cursos de arte na Fundação Mokiti Okada (1998), no Museu de Arte Contemporânea da USP (1997), no Museu Brasileiro da Escultura (1997), no Paço das Artes (1988-1992), entre outros.

Participou de diversas exposições coletivas, desde 1980, destacando-se: Salão de Artes de Presidente Prudente " Medalha de Ouro (1981); Salão Nacional de Artes Plásticas Pablo Picasso " Menção Honrosa (1981); X Salão Araraense de Artes Plásticas " Medalha de Prata (1982); Pinacoteca do Estado (1982); Museu de Arte de São Paulo (1984); I Expo Brasil-Israel, Parque Anhembi (1985); I Mostra de Arte Contemporânea Brasileira " Medalha de Ouro " Lisboa, Portugal (1985)Taipei Fine Arts Museum, Taipei, Taiwan (1986); I Expo Portuguesa: Portugueses d´alem-mar e seus parceiros, Lisboa, Portugal (1986); Oficinas Culturais Três Rios (1987); "Escultura ao Alcance de Todos" " Galeria das Artes " São Paulo (1997); Art Now Gallery, Gottenburg, Suécia (1998); Galeria de Arte A Hebraica, São Paulo (1998); Espaço Studio Palazzi, Veneza, Itália (1999); Memorial da América Latina (1999); Fundação Bienal de São Paulo (2001); e "Dez Poéticas" " A Hebraica (2002).

Participou também de exposições individuais na: Galeria de Arte do IBREA, Campinas (1982); A Hebraica, São Paulo (1993); Galeria Bai, New York, Estados Unidos (1994), entre outras. Possui obras em diversas coleções notadamente na Europa, Estados Unidos e no Brasil, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp