Especialistas nacionais e estrangeiros falam sobre gestão metropolitana


15/04/2008 21:28

Compartilhar:

Seminário sobre Gestão Metropolitana<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/GEST METROPOLI MESA mmy (58).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Por iniciativa dos deputados Mário Reali e Rui Falcão, do PT, e Rodolfo Costa e Silva, do PSDB, em associação com a Universidade Federal do ABC, foi apresentado nesta terça-feira, 15/4, na Assembléia Legislativa, o Seminário sobre Gestão Metropolitana.

O público que lotou o Auditório Teotônio Vilela assistiu a comparações importantíssimas entre diferentes regiões metropolitanas localizadas em continentes distintos, mas que apresentam problemas semelhantes.

Abriu a palestra o pró-reitor da Federal do ABC, Jeroen Klink, apontando o aumento da complexidade nos espaços de uma metrópole com o decorrer do tempo, e foi categórico em afirmar que "não há modelo único de espaço, e as soluções devem levar em conta as características de cada região". Jeroen falou ainda sobre "negociação de conflitos" entre a periferia e o centro da Região Metropolitana, e a necessidade da existência de bons articuladores. Em seguida, o professor Peter Boothroyd, da University of British Columbia, de Vancouver, contou de sua experiência brasileira acompanhando algumas regiões metropolitanas bem diferentes, como as de Santo André, Belo Horizonte, Fortaleza e Santarém. O professor falou das similaridades que encontrou entre essas regiões e algumas do Canadá, como a escolha difícil entre centralização ou descentralização política, ou sobre quem controla o quê. Boothroyd fez um histórico da ocupação do território canadense, de Leste para o Oeste e de como a industrialização ocorrida na década de 50 facilitou os programas de assistência social à população, o "Welfare State", e de como esse Estado declinou a partir de 1975, com a globalização e a economia de mercado. Boothroyd falou ainda das complexidades das regiões metropolitanas do Canadá, que estão no centro das melhores terras para a agricultura, e sobre a dificuldade que as políticas têm encontrado para impedir que a urbanização invada essas terras. Também da UBC, o professor Terry McGee falou de sua experiência na Ásia, onde esteve nas últimas décadas, e do gigantismo de certas regiões metropolitanas como a de Xangai, que tem mais de 120 milhões de pessoas. McGee chamou essas regiões de MRU (Mega Regiões Urbanas) e advertiu para 6 questões capitais no trato com as futuras MRU mundiais, entre elas a importância com a urbanização e as conseqüências da globalização.

Os especialistas brasileiros que participarem como oradores foram Gustavo Gomes Machado - Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 3ª. do Brasil e a 7ª. da América Latina, que abriga 25,3% da população mineira, e o presidente da Emplasa " Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A., Jurandir Fernandes, que mostrou a quantidade de dados que a empresa coleciona sobre as três regiões metropolitanas mais importantes para nós, moradores de São Paulo, que são a de São Paulo, a da Baixada Santista e a de Campinas.

As semelhanças apontadas por Gustavo e Jurandir passam pela concentração crescente de pessoas e de poder econômico nessas regiões " Belo Horizonte, Betim e Contagem concentram 90% do PIB do Estado, e as três de São Paulo acima citadas concentram 23% do PIB nacional.

O seminário trouxe à luz o quanto há de conhecimento sobre esses conglomerados humanos e o quanto ainda há para se estudar mas, principalmente, quais ações devem ser adotadas para corrigir as enormes diferenças entre as áreas que têm e as que não têm qualidade de vida.

alesp