Comissão avalia: depois da privatização, o risco da demissão em massa no Santander/Banespa


24/06/2003 23:03

Compartilhar:

Comissão de Representação da Assembléia Legislativa avalia: depois da privatização, o risco da demissão em massa no Santander/Banespa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/RSimoes240603.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da assessoria do deputado Renato Simões

A Comissão de Representação da Assembléia, proposta pelo deputado Renato Simões (PT) para negociar a manutenção de empregos no Santander/Banespa, recebeu, nesta terça-feira, 24/6, representantes dos bancários para discutir o impasse entre os trabalhadores e a diretoria da empresa, deflagrado pela intenção do banco de demitir parte representativa do quadro funcional da instituição. Segundo Simões, o prazo da cláusula de garantia de emprego prevista no acordo coletivo terminou no dia 31 de março e não foi renovado.

Os dados apresentados pela Associação dos Funcionários do Banespa (Afubesp) deverão ser discutidos em encontro com a diretoria do banco para intervir no processo e garantir aos trabalhadores a permanência no emprego. Os deputados solicitaram audiência com a diretoria até o dia 30 de junho.A Comissão entendeu que não há motivos para demissões em massa, visto que o Santander/Banespa atingiu, no último período, lucro recorde entre as instituições bancárias instaladas no país. "Nossa perspectiva é a defesa do emprego, para que, ao final das negociações, cheguemos a um novo acordo coletivo", defendeu Simões.

O deputado Mauro Menucchi (PT) defendeu transparência na condução das negociações. "Precisamos tornar pública essa questão. A sociedade entende que a manutenção dos empregos deve ser garantida. Afinal, o Banespa tem história e valor simbólico para São Paulo."

Os diretores da Afubesp apresentaram a projeção de lucro do banco para 2003, que deve chegar a R$ 3 bilhões, e levantaram outros elementos importantes para o debate. "Existem 3.500 estagiários fazendo trabalho de bancário, com salários baixíssimos e sem direitos trabalhistas. Além disso, o Santander contratou aproximadamente 500 trabalhadores espanhóis com salários exorbitantes - em média US$ 6 mil. E os possíveis demitidos têm, em média, 45 anos. Ficarão sem perspectiva de emprego e de aposentadoria", afirmou Aparecido Sério da Silva, presidente da entidade.

Ao final da reunião, Simões sintetizou o espírito do encontro com a diretoria do banco. "É um gesto da Assembléia para que a garantia dos empregos seja preservada, já que a maioria dos trabalhadores tinha esse horizonte antes da privatização do banco", afirmou.

Rsimoes@al.sp.gov.br

alesp