UMA CADEIA DE VERDADE - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
15/04/2002 15:47

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Ao inaugurar, no início de abril, o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, no extremo oeste paulista, o Governo do Estado, mostra que, finalmente, São Paulo coloca em prática um estilo eficaz há muito tempo usado em países desenvolvidos: cadeia tem de ser mesmo cadeia, local em que criminosos pagam por seus delitos. Nesse presídio, dotado de placa de aço para impedir túneis e de equipamentos que evitam pouso de helicópteros para resgate de presos, existem 160 celas individuais, nas quais os detentos podem permanecer por até 360 dias.

O edifício conta com aparelhagem de bloqueio do uso de telefones celulares, detectores de metais e raio X. Nos fins de semana, cada preso pode receber só duas pessoas por duas horas, em condições restritas. A entrega de alimentos e roupas é feita apenas uma vez por mês, no hall da cadeia. Fica proibido o uso de rádios, TVs e aparelhos eletrônicos. Existe um parlatório para que presos conversem com parentes e advogados com uma separação de vidro. Existe o problema de esse vidro não ser à prova de balas.

Mesmo assim, nota-se que o Governo evoluiu ao lidar com bandidos perigosos, em vez de continuar cedendo às pressões da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Recebo essa notícia com orgulho: essas providências todas estão em projetos de lei que apresentei, há tempos, na Assembléia Legislativa. Os mesmos recursos contra fugas de presos estão relacionados em documento que, com o intuito de colaborar, enviei ao governador Geraldo Alckmin após o grande motim simultâneo de 18 de fevereiro de 2001 em quase 30 presídios. O importante é que o governador agora assume atitudes firmes contra o crime.

*Afanasio Jasadji, deputado, presidiu a CPI do crime organizado. Atualmente é membro efetivo da Comissão de Segurança Pública. Integra a CPI do Sistema Prisional e é também jornalista, radialista, publicitário e advogado.

alesp