Gustavo Rapassi é a natureza. Tema clássico, que podemos dizer é o fundamento tanto de pintura quanto da escultura. Todavia, ele a interpreta com grande liberdade e com um espírito essencialmente fantástico, um gosto naturalístico e precisamente inclinado à construção evocativa e metamórfica das formas da natureza no espaço de maneira bem autônoma e significante. Fantástico na origem é o seu modo de organizar a arquitetura geral dos volumes da composição seja na horizontalidade quanto na verticalidade. De qualquer maneira o jovem artista confere uma dinâmica de conjunto às suas composições mesmo que ultrapassem os limites da moldura. Sobras de madeiras se transformam em molduras, e outras em fundo do quadro. Papelão e um pouco de papel machê dão formato a folhas de bananeiras, ou outras plantas típicas brasileiras. Aqui e acolá, o artista, com fixação na reciclagem, coleciona peças as mais diversas que, um dia, num momento de inspiração fantástica, reúne criando uma obra de arte. Nas pinturas esculturais que cria encontramos uma serie de contrastes de massas carregadas de energia que determinam muitas vezes fortes tensões, que permeiam o conjunto de um sentido de valorização e projeção da própria natureza. Assim é a obra Gotas de orvalho em folha de bananeira, doada ao Museu de arte do Parlamento de São Paulo, onde Gustavo Rapasssi aplicou restos de luminárias de cristal, em forma de gotas, sobre folhas feitas de massa acrílica e papel machê resultando numa composição de equilíbrio cromático e bom gosto estético. Um excelente trabalho de "recuperation-art", elaborado em estreita conexão entre a experimentação e a criação visual que forma uma vivo e singular Éden artificial. O artista Gustavo Rapassi, pseudônimo artístico de Gustavo Adolfo Rapassi nasceu em 1974, na cidade de Votuporanga, SP. De origem italiana, filho de marchand e professora de música, herdou de seus pais o gosto pelas artes. Inspirado no ambiente em que vive, revelou-se autodidata, desenhando pássaros e o mundo animal, dedicando-lhes sua atenção. Desde criança demonstrou preocupação ecológica, reciclando produtos, pesquisando e desenvolvendo sua própria receita de papel machê, aonde vem se dedicando com afinco. Em 1996 constrói seu atelier, usando material de demolição, onde começa a dar aulas de artes para alunos de todas as idades, usando técnicas as mais variadas: desenho; pintura a óleo, gesso, cerâmica, madeira, móveis, paredes; afrescos; manchados; textura; esponjado; molde; mosaico; modelagem; papel machê; reciclagem; restauração; instalação; improvisação, grafite, pastel, aquarela, acrílico, látex. Tem exposição permanente em seu atelier e na galeria da família. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Galeria de Artes Rapassi, Votuporanga, SP; (1992); Americana Hotel, Americana, SP; 1º Salão de Artes Plásticas de Votuporanga, SP (1993); 1ª e 2ª Mostra de Arte Contemporânea de Votuporanga, SP; Teatro Municipal de Votuporanga, SP; Centro Cultural de São José do Rio Preto, SP; "Arte de Origem", São José do Rio Preto-SP; Mapa Cultural Paulista, Fase Municipal (1996); Espaço Cultural do Rio Preto Shopping Center; WorkShop em Barretos; Teatro Municipal de Votuporanga (1997); Espaço Cultural do Shopping Fernandópolis (1999); Mapa Cultural Paulista, Fase Municipal; Galeria Paschoal Pedrasoli; Mostra Interativa, (COART) Cooperativa do Artista (2002); Mostra SESC "Latinidades", Votuporanga, SP (2003). Foi premiado com Medalha de ouro em artes plásticas pela Secretaria de Cultura de Votuporanga. Possui obras em diversas coleções particulares do interior de São Paulo e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.