Opinião - Lugar de mulher é na política
Muitas conquistas e lutas nós mulheres temos a comemorar neste ano em que é celebrado o 100º aniversário do Dia Internacional da Mulher. O direito ao voto, o espaço no mercado de trabalho, apesar da diferença salarial em relação aos homens ainda ocorrer, leis que nos protegem da violência doméstica, delegacias exclusivas para mulheres e a criação de uma secretaria especial para mulheres no governo federal são algumas das medidas que merecem destaque.
Por nossa capacidade e força já garantimos espaços nas artes, na ciência, e até em redutos ditos masculinos. Pois é cada vez maior o número de mulheres em atividades associadas tipicamente ao universo masculino como engenheiras, motorista de ônibus, pedreiras e até atletas de futebol.
Mas apesar de todos esses avanços ainda não conquistamos o nosso merecido espaço na política. E não é que não lutemos. É que para a maioria dos políticos esse é um reduto de homens, no qual as mulheres não têm de se meter. Para muitos deles, lugar de mulher é na cozinha, em casa, mas jamais participando ativamente das decisões do futuro do nosso país. E por causa dessa distorção, poucas mulheres conseguem conquistar espaço em seus partidos para brigar por uma vaga no Legislativo e, principalmente, no Executivo.
Essa resistência por parte de setores da classe política faz do Brasil o país com um dos mais baixos índices de participação de mulheres no comando político em todo o mundo. Ocupamos uma vexatória posição no ranking de representatividade entre os países latino-americanos.
Examinando apenas o Legislativo, na Argentina as mulheres representam 42% das cadeiras do Senado, e 33% da Câmara. No Brasil, este índice é, respectivamente, de 13,5% e apenas 8,7%. Isso sem levarmos em conta que as mulheres já governam nações vizinhas como Chile, com Michele Bachelet, e Argentina, com Cristina Kirchner. Enfim, qualquer que seja o campo de comparação estamos em nítida desvantagem e temos de correr para avançar neste terreno.
Nem mesmo o 2º Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em março do ano passado pelo governo conseguiu mudar esse quadro. O plano tinha, entre suas metas, aumentar o número de vereadores na eleição de 2008, mas o índice de eleitos ficou praticamente igual ao de 2004: em torno de 12%. No que se refere ao número de prefeitas, esse índice é ainda pior: dos mais de cinco mil municípios brasileiros apenas 9,1% são administrados por mulheres.
Outro objetivo do plano é aumentar em 20% o número de representantes do sexo feminino nas assembléias e no Parlamento Nacional. É uma meta audaciosa. Hoje, apenas as mulheres representam apenas 11,6% dos nossos representantes nas assembléias. E no nosso estado, o mais rico e mais desenvolvido da nação, somos apenas 10 mulheres em um universo de 94 deputados: pouco mais de 10%. Isso apesar de representamos mais de 51% da população e dos eleitores paulistas.
Precisamos mudar urgentemente essa situação para que as mulheres possam ter uma representação digna e do tamanho da sua representatividade. O primeiro passo nesse sentido foi dado quando foi criado o sistema de cota mínima para candidatas dentro dos partidos. Entretanto especialistas apontam que isso não foi suficiente, principalmente porque alguns partidos ainda teimam em burlar essa determinação colocando apenas candidaturas de fachada.
Já há quem apresente como alternativa a isso a criação de uma cota dentro das câmaras e assembléias. Talvez seja um caminho, mas provavelmente não seja o único. É preciso uma união de forças para que possamos mudar essa situação e colocar a mulher no seu devido lugar. Na política, é claro.
*Ana do Carmo é deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
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