Koji Nakano: uma oportuna reeleitura para preservar a memória da antiga Paulicéia

Emanuel von Lauenstein Massarani
08/07/2003 14:02

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Koji Nakano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Koji Nakano.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Museu do Ipiranga<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Koji Nakano Museu Ipiranga.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Koji Nakano não conhece, se não com uma certa melancolia, a tentação de se evadir na elegia ou na saudade. Estranho a discussões áridas, vive com serenidade, equilíbrio e uma certa pureza esse seu temperamento, tipicamente oriental.

Age através de uma espontânea adesão, porque é assim como sua pintura, e não procura ser diferente. Testemunho de uma realidade que parece desaparecer, mas que não admite ceder, o artista é consciente de que, com o desaparecimento dessa realidade, será uma parte de nós mesmos e de nossa história que se apagará.

Não há duvida que, se lhe virarmos as costas, nossa vida será mais pobre e os locais de nossa história mais tristes e esquecidos. Por sorte, ainda existem artistas apaixonados por São Paulo e por sua história que se preocupam em preserva-la. Esse é o caso de Jorge Koji Nakano que tem se dedicado a uma reeleitura cuidadosa e oportuna dos antigos recantos de nossa Paulicéia, como por exemplo a obra "Museu do Ipiranga", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista.

Assim, ainda uma vez, a arte e a imaginação tomam o lugar dessa realidade. Trata-se de um grito de alarme que deseja nos transformar em participantes e defensores de uma memória que não podemos cinicamente, ou por distração, abandonar.

O Artista

Koji Nakano nasceu em Hiroshima, Japão, no ano de 1958. A exemplo da maioria dos imigrantes japoneses, atuou como técnico na agricultura. Atualmente trabalha no desenvolvimento da artes finais de anúncios no Jornal São Paulo Shimbun.

Sua primeira influência na pintura partiu da artista plástica Silvana Marques, entre 1995 e 1998. Desde então freqüenta a Academia de Arte Cristina Rosa. Recebeu também orientação dos artistas Iwao Nakajima e Yoshiyuki Miura.

Nos últimos anos, preocupado com a memória da cidade que o acolhe, tem preferido retratar em suas pinturas locais históricos de São Paulo e pontos turísticos que visita.

Participou de algumas exposições no Shopping Alphaville, na Super Dom (1997), onde foi premiado com o 1º e no 3o lugar. Salão de Pintura Figurativa Bunkyo (2003), onde obteve Menção Honrosa. Suas obras figuram em acervos particulares e oficiais, destacando-se os da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e o da Fundação ¨Mens Sana¨ em São Paulo.

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