Paisagens campestres e florais representadas com sabedoria e equilíbrio A pintura de Gilda Gil é feita sem complicações intelectuais, conduzidas à exasperada representação da realidade visual. Mesmo no traço preciso, na fusão das cores, a artista imerge no próprio ambiente que pinta com incomum penetração psicológica e expressiva. A estrutura de suas composições é feita com sabedoria e perfeito equilíbrio, mesmo nas paisagens campestres e imagens florais, nas quais a tradução fiel da realidade comporta necessariamente a busca de uma linha compositiva que leve em conta a complexidade do que é real. Pinceladas seguras e refinadas, cores nítidas, passagens tonais rigorosas e pictoricamente detalhistas, suas obras transmitem com perfeição o clima envolvente do local retratado. O resultado: um mundo simples e sereno que reevoca com fantasia e nos transmite a medida do temperamento de que Gilda Gil é, certamente, dotada. Pintora de "velha escola", diriam alguns exacerbados "progressistas", Gilda Gil é uma tradicionalista assumida. Em certo sentido suas paisagens exprimem uma concepção clássica, e mesmo assim renovada, dos lugares e dos elementos. São imagens repletas de musicalidade que nos convidam a procurar, com a artista, um lirismo poético. A obra "Caminho de Paranapiacaba", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo é uma pintura de inspiração simples, mas profundamente sentida, que nos fala com uma linguagem pacata e clara da simplicidade, da clareza de linguagem que encontra validade em sua arte. A artista Gilda Gil nasceu em 1938 na cidade de São Paulo. Formou-se em História na Universidade de São Paulo (USP), em 1962, e realizou curso de pós-graduação em 1968. Cursou Filosofia na Universidade de São Paulo (USP, 1965) e Direito na Universidade Metropolitanas Unidas (UNIFMU, 1983). Realizou cursos de pintura em porcelana com as professoras Julinha Guedes e Majô Rahmi e pintura em óleo sobre tela com os professores Beto D'Agnolo e Marangoni Júnior. Participou de várias exposições, destacando-se entre elas: Pintura em Porcelana e Faiança; Esporte Clube Banespa; Clube Atlético Paulistano; 6º Salão de Artes Plásticas de Santo Amaro; Clube Paineiras do Morumbi, entre outros. Suas obras se encontram em diversos acervos, particulares e oficiais, tais como: Banespa, Banco Real, e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. Acervo recebe obra "Ibirapuera" A pintora Stella Gomide entregou, para figurar no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, sua mais recente obra, intitulada "Ibirapuera" e medindo 0,30 X 2,40 m. Com preferência pelas paisagens que pinta a partir da realidade, suas obras não se limitam à simples representação estática dos conceitos de finito e infinito; põem em evidência a dinâmica dentro das quais evoluem em fases sucessivas na busca de um ponto de encontro.