Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Magdalena Cyrino


05/07/2011 09:45

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Magdalena Cyrino<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/MAGDALENACYRINO.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Encontro de Amigas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/ENCONTRODEAMIGASMAGDALENACYRINO.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Embora o nome marchetaria seja de origem francesa (marqueter significa embutir), trata-se de uma técnica milenar que teve grande desenvolvimento na Itália, sobretudo na reprodução de paisagens e alegorias através de incrustações de madeiras em quadros e móveis.

Esta arte teve seus primórdios no ano 350 a. C. Com efeito, as incrustações em mármore, encontradas no Palácio do rei Mausole " uma das sete maravilhas do mundo ", em Halicarnasso, na antiga Grécia (atualmente Bodrum, na Turquia), constituem os primeiros registros conhecidos.

Inúmeras são as técnicas em uso, entretanto a primeira delas consiste no recorte de elementos do material a ser utilizado: pedra, madeira, metal ou palha e sua posterior incrustação nas cavidades abertas nas superfícies maciças.

Atualmente em extinção em vários países, inclusive como consequência da extração abusiva da madeira, a marchetaria encontra no Brasil alguns poucos adeptos, destacando-se entre eles a artista Magdalena Cyrino, que com persistência se dedica a resgatar, através desta arte, cenas de rua, paisagens e motivos criados pelos grandes viajantes que nos visitaram na época do Brasil Colônia e do Império, tais como Rugendas e Jean Baptiste Debret.

Selecionando retalhos de madeiras as mais diversas, desde cedro, sucupira, macacaúba, jacareúba, pequiá-marfim, entre outras, a artista consegue alcançar resultados admiráveis, inclusive um cromatismo apropriado através das tonalidades da própria madeira.

Desde a forma como cada peça é recortada, seu encaixe e colagem, a maneira de envernizar, dar brilho e durabilidade ao conjunto do tema, ela compõe seu quebra-cabeça com refinado equilíbrio e harmonia.

As obras "Saudação" e "Encontro de amigas", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, nos transmitem uma melodia exótica, secretamente persuasiva. Seus personagens não são indiferentes à nossa história passada, mas ligados a fatos vividos que tão somente eles próprios conhecem. Além de seus excelentes dons artísticos, Magdalena Cyrino possui o grande mérito de reavivar a nossa memória histórica.



A artista

Magdalena, pseudônimo artístico de Maria Magdalena Pivello Cyrino, nasceu em São Paulo em 1935. Diplomou-se em 1954 pelo Instituto Feminino de Educação Padre Anchieta na capital paulista, onde realizou também o curso de aperfeiçoamento no magistério. Após quase 30 anos como educadora aposentou-se em 1985. Paralelamente ao magistério dedicou-se desde 1977 às artes plásticas e, de modo especial, à técnica da marchetaria.

Participou de inúmeras mostras coletivas, destacando-se entre elas: Salão Paulista de Belas Artes, SP (1977, 1978, 1979, 1980, 1981, 1983, 1984, 1987, 1988, 2000, 2001 e 2003); Olimpíada dos Imigrantes, SP (1979, 1980 e 1981); Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras (1985 e 1987); Biblioteca Francisco Pati, SP (1978, 1979, 1980, 1981 e 1982); Biblioteca Amadeu Amaral, SP (1978 e 1979); Biblioteca Genésio de Moura, SP (1979, 1980 e 1981); Biblioteca John Kennedy, Santo Amaro (1978 e 1979); Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de São Paulo, SP (1982); União Cultural Brasil Estados Unidos, SP (1980); Clube Português, SP (1982); Varig Ícaro Room, Nova York, EUA (1991); Espaço Cultural Universidade São Judas Tadeu, SP (1993); The 11th Annual Fine Folk Festival, Arizona, EUA (1995); 4th Brazilian Arts & Crafts Festival, San Francisco, EUA (1998); 12th Annual SCAA, Moscone Center, San Francisco, EUA (2000); Spazio Surreale, SP (2000); Villa D"Este, Roma, Itália (2001); Salão Comemorativo dos 450 de São Paulo, Clube Paineiras do Morumbi, SP; Salão da Miniatura, SP; e Forte de São Francisco, Chaves, Portugal (2004).

Recebeu inúmeros prêmios, entre os quais Menção Honrosa, Medalha de Bronze, Medalha de Prata e Prêmio de Participação nos Salões Paulistas de Belas Artes; Medalha de Prata no Salão Ararense de Artes Plásticas; Troféu Destaque da Universidade São Judas Tadeu, e Medalha de Bronze no Salão da Miniatura.

Possui obras em diversas coleções particulares e na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, SP (Via Sacra), na sede da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Cruz de Cristo) e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp