Despojados de inúteis fantasias, os retratos de Márcia Oliveira espelham um realismo comovente

Emanuel von Lauenstein Massarani
05/05/2004 14:00

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Márcia Oliveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Marcia Oliveira.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra A Tibetana<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Marcia Oliveira A Tibetana.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Márcia Oliveira usa um modo de pintar vibrante e seus retratos possuem expressões carregadas de mistério e de angústia. São rostos dos quais existem somente sentimentos de tristezas originados pela devastação da alma e solidão. Ambos se revelam nas prospectivas de sombra em direção a uma luz reveladora.

A sua efusão lírica não age através da exasperação, pois o resultado pictórico se apresenta e se reaviva sempre límpido, consoante o desejo de traduzir a sinceridade dos pensamentos dos quais a artista se inspira ao entrar no círculo incandescente da pintura contemporânea.

Márcia Oliveira dá vida a seus fantasmas poéticos, trazendo esses fantasmas do fundo de uma mancha escura que se desveste, véu após véu, do seu mistério através de páginas com cores que buscam a luz.

Seus retratos figurativos refletem habilidade na cor e no desenho. Mais do que figurativos, eles espelham um realismo absoluto, despojado de inúteis fantasias. Os trajes tradicionais, os véus dos povos do Oriente, fixam um realismo que faz pensar no eco de um longínquo passado.

Em A Tibetana, obra a pastel doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, Márcia Oliveira revela sentimentos refinados e riqueza interior, capacidade de adesão ao real e exigência de transformá-lo liricamente. Uma sutil veia romântica e a necessidade de não deixá-la diluir na pura fantasia, de investir as imagens que a natureza e a figura humana lhe retornam, são os aspectos mais cativantes dessa pintura adepta a um novo realismo na arte.

A Artista

Márcia Oliveira, pseudônimo artístico de Márcia de Oliveira Aranha, nasceu em São Paulo, em 1943. Embora formada em direito pela Universidade de Mogi das Cruzes, SP, em 1978, realizou diversos cursos de desenho e pintura com a professora e artista plástica Isabela Hohagen (1996), pintura em tela com Lídia Cury Ayoub (1999) e desde o ano 2000 desenho e pintura com o destacado professor e artista plástico Maurício Takiguthi.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: V Salão de Artes Plásticas do Jornal das Artes, SP (1999); XIV, XV, XVI, XVII e XVIII Salão de Artes Plásticas de Arceburgo, MG (1999, 2000, 2001, 2002 e 2003); XI Salão de Artes Plásticas Comendador Bernardo Saturnino da Veiga, São Lourenço, MG (2001); XV Salão de Arte Associação Comercial Distrital de Pinheiros, SP (2002).

Recebeu os seguintes prêmios: Pequena Medalha de Ouro na categoria desenho, no XIV Salão de Artes Plásticas de Arceburgo (1999); menção honrosa na categoria pastel, no XVI Salão de Artes Plásticas de Arceburgo (2000); Grande Medalha de Prata na categoria pastel, no XVI Salão de Artes Plásticas de Arceburgo (2001); Pequena Medalha de Ouro na categoria pastel, no XVII Salão de Artes Plásticas de Arceburgo (2002); e Grande Medalha de Ouro na categoria pastel, no XVIII Salão de Artes Plásticas de Arceburgo (2003).

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