Política de segurança sanguinária

Maria Lima Matos, delegada de polícia aposentada, voltou a denunciar a política de Segurança Pública do governador Geraldo Alckmin e do secretário Saulo de Castro Abreu Filho. Segundo a delegada, trata-se de uma política sanguinária, diabólica e satânica, que não respeita os seres humanos e o direito à vida. Ela criticou a falta de policiamento preventivo e ostensivo nas ruas. "O povo vive em estado de constante terror". Disse ainda que os moradores de Embu Guaçu e Parelheiros não têm nenhuma segurança. Exigiu que o secretário coloque as viaturas na rua, por uma questão de respeito à vida dos seres humanos.

Conselho Tutelar

Mauro Alves da Silva, do Grêmio Social Esportivo Recreativo Sudeste, disse que há muita confusão por parte da imprensa com relação às atribuições e competências do Conselho Tutelar. Explicou que o Conselho Tutelar é um órgão de fiscalização e que recebe denúncias, mas que não tem poder de polícia. "Toda vez que o Conselho Tutelar é avisado, os órgãos de Segurança Pública também precisam tomar conhecimento do ocorrido", disse. Aproveitou também para divulgar manual prático de orientação sobre as atribuições do Conselho Tutelar, que é eleito pelo próprio povo.

Problemas em Vargem Grande

Layder Rojek, da Associação 3º Milênio Cratera Vargem Grande, denunciou a grave situação enfrentada pela população do bairro Vargem Grande, onde há problemas no saneamento básico, na educação e na saúde. "Os esgotos não estão canalizados, faltam vagas nas escolas estaduais e municipais, onde há listas de espera para as crianças e, nos postos de saúde e hospitais, faltam funcionários, remédios e até mesmo material de limpeza", disse. Segundo Rojek, Vargem Grande ainda está no século XVIII, no que diz respeito aos serviços públicos.

Falta de professores

Cremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio aos Pais e Alunos (NAPA), comentou reportagem realizada pela Rede Globo sobre o primeiro dia de aula nas escolas públicas em que muitos professores faltaram ao trabalho. E repetiu a denúncia feita na reportagem de que os alunos só têm aula duas vezes por semana. Para Cremilda, há excelentes educadores na escola pública, apesar de serem minoria. Estes poucos educadores qualificados sofrem com a situação a escola. Segundo ela, o governador e o prefeito precisam ouvir o povo para descobrir o que acontece dentro da escola. Apenas ouvindo os pais dos alunos é que vão descobrir quem é o bom e o mau professor. "Não basta contratar os professores num concurso meia-boca. Antes de ser contratado, o profissional tem que ser avaliado", afirmou.

Avanço da esquerda

As declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a esquerda não tem o poder de transformar o país foram rebatidas por Sílvio Luiz del Giudice, líder de trabalhadores da construção civil. "Acredito no avanço da esquerda. Temos que lutar por um caminho para salvar o povo brasileiro do sistema neoliberal", afirmou. Segundo ele, a falta de saúde, educação e segurança é um dos resultados do neoliberalismo e da ausência de fiscalização sobre o sistema produtivo e sobre a arrecadação de impostos.



Revoada de urubus

O Fórum Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente entrou com representação no Tribunal de Contas do Estado, questionando a destinação dos recursos da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor nos últimos cinco anos. O anúncio foi feito pelo coordenador da executiva do fórum, José Roberto Alves da Silva. A Febem, que para ele representa "o esgoto da educação", teve seu orçamento dobrado de 1999 para cá, sem que isso trouxesse resultados benéficos aos internos e à sociedade. "Há uma verdadeira revoada de urubus em cima dessa verba", avaliou. A persistência de ações policialescas e o desrespeito aos direitos humanos levaram Alves da Silva a afirmar: "batalharemos pela extinção da Febem".



Sem vaidade

"Como o governador Alckmin e o prefeito Serra querem governar o Brasil se não conseguem fazer nem o que deveriam aqui em São Paulo?", questionou Everton Soares Ferreira, do Movimento Social da Cidadania Balneário. Ele também criticou declarações de Fernando Henrique Cardoso, contrárias ao governo Lula. Privatizações, o apagão de energia elétrica e o caso Sivam foram citados por Ferreira para afirmar que no governo FHC "não houve a ética que eles tanto pregam". Por outro lado, na gestão de Lula cresceu o combate à corrupção e o incentivo a atividades como o turismo, segundo Ferreira. Ele também fez um apelo ao PMDB, com vistas às eleições deste ano: "Deixe de vaidade e faça composição com o PT".

Educação e saúde

Tcharles Santos da Silva Ferreira, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua, destacou a necessidade de o governo investir em educação e saúde mais do que em outros setores, "porque elas são fundamentais para os jovens". Ele também convidou a população a participar do evento Caça-Talentos, promovido pela Apeoesp no próximo dia 24/2, com a finalidade de descobrir e incentivar a atividade artística entre os moradores em situação de rua.

Destino de verbas

O presidente do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua, Robson César Correa e Mendonça, classificou como "vergonhosa política" a desenvolvida pelo prefeito José Serra. Segundo Robson, a prefeitura está oferecendo R$ 5 mil para as pessoas carentes de São Paulo que queiram voltar para suas "casas". Para Robson, outra opção melhor seria o repassasse de tal verba para entidades que atendem moradores de rua. Ele questionou também "por que não se paga mais a bolsa aluguel?". Robson encerrou seu discurso afirmando que para governar é necessário ter "caráter, sabedoria, sobriedade e vontade de querer resolver os problemas da população".

O descaso continua

"Passei o ano de 2005 falando da EMTU, mas o descaso continua", queixou-se Merice Andrade de Quadros, da ONG Embu-Guaçu em Ação. Segundo ela, ainda faltam linhas de ônibus que supram as necessidades dos moradores daquele município. Merice afirma que as pessoas de Embu não têm como ir até ao hospital de Itapecerica da Serra por falta de linha de ônibus. Ela discorda quando a prefeitura alega que o problema é do Estado, pois, para ela, o prefeito deveria usar de sua influência para resolver a questão. O aumento da criminalidade; o "lixão" no centro da cidade; despejo de moradores da favela do Parque Industrial; a falta de lazer, educação e descaso com a saúde também foram mencionados no discurso de Merice.

Tempo para secretariar

Anderson Cruz, do Instituto Educa São Paulo, afirmou que a revista Veja questionou como o secretário Chalita consegue escrever livros, se dedicar a tantas outras atividades e ainda ter tempo para atuar como secretário de Estado. Anderson pediu também o cumprimento da promessa feita pelo procurador geral de Justiça, Rodrigo Rabelo Pinho, feita em outubro de 2004, sobre a criação de uma promotoria especializada em questões da Educação. Ele também convidou a todos para participarem do Fórum Municipal da Educação, que vai se realizar no próximo sábado, 11/2, na Câmara Municipal de São Paulo.