João Carlos: um itinerário que passa pela participação ativa da realidade


16/05/2008 09:57

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Fotografar, para João Carlos, é antes de tudo uma arte de participação ativa na nossa realidade. Trata-se de uma escolha que envolve globalmente o artista, do projeto ao registro de imagens, num intervalo da percepção de um espaço útil, necessário e suficiente para reunir informações e significados, para congelar por intermédio do instrumento mecânico e fotoquímico, numa funcional fração de tempo e produzir um testemunho e uma mensagem, cuja eficácia é coerente com a precisão da síntese figurativa.

A fotografia é, possivelmente, mais do que outros meios expressivos, um implacável teste projetivo, onde, exatamente pela "mecanicidade" dos instrumentos indispensáveis à sua valorização, exprime-se a constituição cultural do operador, revelam-se as itinerários ideológicos, os mesmos que solicitam e endereçam o percurso, na busca de um lugar onde, provavelmente, naquela fração de segundo se coalizam todos os elementos que qualificarão a imagem bidimensional.

João Carlos, por intermédio de suas propostas visuais, exprime com lucidez essa confiança no poder expressivo e comunicativo da fotografia, através da qual se envolve na própria fase produtiva, desde o projeto à "assemblagem" e à impressão, acentuando suas escolhas sem deixar nada ao acaso ou à manipulação de terceiros. Uma excelente capacidade de autonomia fornece ao jovem fotógrafo as conotações de um operador cultural, pois é comum ao profissional delegar a terceiros seja as escolhas temáticas, seja a utilização das imagens.

Nesses poucos anos de atividade, João Carlos tem sido constantemente atento a exercer esse papel com energia e clareza, provando que a fotografia não deve ser usada como simples instrumento de documentação, mas de conhecimento e de construção das relações análogas entre tempo e espaço real, entre a memória da história passada e presente, por meio de formas e dos significados de seu hábitat, como é o caso das seis fotografias da série São Paulo, terra, gente, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, que testemunham a triste situação dos habitantes de nossas favelas.



O artista



João Carlos, pseudônimo artístico de João Carlos Silva, nasceu em São Paulo em 1980. Desde muito jovem desenvolveu pendores artísticos, inicialmente no campo da música e mais recentemente no da fotografia. Trabalhou cerca de 7 anos numa livraria especializada em livros históricos e antigos onde se dedicou também à restauração e encadernação de livros.

Autodidata, foi por meio de livros e álbuns de renomados fotógrafos como Sebastião Salgado, Evandro Teixeira e José Bassit entre outros, que passou a pesquisar a fotografia.

Participou, ainda, de diversos worshops e aprendeu revelação e ampliação com o conhecido fotógrafo Ênio, na Escola Focus de fotografia. Somente a partir do ano 2000 passou para a profissionalização dedicando-se a foto de moda e de eventos sociais.

Sob o título São Paulo, terra, gente realizou, em 2004, sua primeira exposição de caráter artístico no Espaço Cultural Ida Zami, com curadoria da renomada artista. Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp