Arnaldo Neves transfere com elegância para a escultura abstrata o mito da figura humana Levado por um impulso criador e pela consciência de que o ser humano não pode concluir completamente sua missão, o escultor Arnaldo Neves pesquisa matérias e formas para projetar suas obras, que possuem, intrinsecamente, um sentido de monumentalidade. Acima da beleza fácil e do charme sensual, sua obra transmite a riqueza e a profundidade da vida por intermédio de uma forma esbelta, carregada de energia e também de profundo conteúdo psíquico. Se para os figurativos a arte escultórica de Arnaldo Neves é abstrata demais, para alguns abstratos ela pode parecer figurativa. Em realidade, a figura humana desperta no artista um interesse primordial, com suas formas e as associações psíquicas. Não se trata, entretanto, de uma conciliação entre abstrato e figurativo, o que geralmente produz resultados híbridos. Embora a criatividade de Arnaldo Neves seja geralmente figurativa, é claro também que ele atribui à abstração o justo papel em sua obra. De uma maneira elegante, sua figura não é deformada. Essencialmente sintética, possui proporções ideais. Suas formas são claras e lúcidas. Na escultura em granito de Miracatu, "Alusão ao Pensador de Rodin", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo e inspirada na célebre obra do escultor francês, o artista consegue, com habilidade e proporções ideais, dar leveza e elegância aos volumes de suas criações. O artista Arnaldo Neves, pseudônimo artístico de Arnaldo Rodrigues das Neves, nasceu em Iguape, SP, em 1955. Desde a década de 1990 o artista se dedica a propor políticas públicas que criam opções sustentáveis aos moradores da região do Vale do Ribeira, em especial para os moradores da Estação Ecológica da Jureia e as comunidades de extrativistas que trabalham com a madeira caxeta no campo da escultura e do artesanato. Participou de exposições na União Cultural Brasil-Estados Unidos (1973); Galeria Mandala; 4º Encontro Jundiaiense de Artes; Salão da Associação da Escola Graduada, SP (1975); 14º, 15º e 20º Salão de Artes Plásticas do Embu, SP (1977, 1978 e 1983); 2º Salão Jovem de Arte Contemporânea de Santo André, SP; 43º e 48° Salão Paulista de Belas Artes, SP (1979 e 1985); Múltipla Galeria de Arte, SP (1987); "Os Mármores", Galeria Arte Aplicada, SP (1988); 1º Salão Internacional de Granitos e Mármores, SP, e no Espaço Cultural 4º Centenário. Expôs ainda em importantes centros de difusão de artes, tais como: Pinacoteca de São Paulo, Galeria Skultura, Fujitsu do Brasil, Museu Brasileiro do Papel, União Cultural Brasil-Estados Unidos, Gema Design, Galeria Mandala, Associação Escola Graduada de São Paulo, Múltipla Galeria da Arte, Galeria Arte Aplicada. Foi distinguido com o Prêmio do Conselho Estadual de Cultura, além da Grande Medalha de Ouro e Medalha de Bronze em Embu das Artes nos anos de 1978 e 1983. Suas obras encontram-se em importantes coleções particulares e oficiais no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.