A TROCA DO COMANDO DA PM - OPINIÃO
A queda do comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Rui César Melo, deixou lições sobre hierarquia e bom senso. Após três anos no cargo, o coronel Melo é substituído pelo coronel Alberto Silveira Rodrigues, que vinha chefiando a PM no Litoral e foi responsável pela Rota na Capital. Apesar de ter feito um bom trabalho, o coronel Melo sai de suas funções por ter batido de frente com a autoridade do governador Geraldo Alckmin num momento importante para o Estado. Logo depois da bem-sucedida ação da PM na Rodovia Castelo Branco, em Sorocaba, em 5 de março, que culminou com a morte de 12 assaltantes do PCC, o próprio governador endossou o enorme apoio da opinião pública aos cerca de 100 policiais que participaram do ataque. Mesmo assim, o coronel Melo anunciou que aplicaria a 37 daqueles policiais o Programa de Acompanhamento de Policiais Envolvidos em Ocorrência de Alto Risco, o Proar. Trata-se de um regulamento absurdo: policiais envolvidos em casos de violência são afastados para uma reciclagem, em tratamento com psicólogos, como se fosse punição. O coronel Melo errou ao não atentar para a hierarquia e ao não colocar em prática o bom senso. O governador já demonstrou, por meio de várias atitudes, que pretende dar prioridade à luta para atenuar o drama da criminalidade em nosso Estado. Isso ficou claro em vários episódios. Alckmin recorreu ao direito de substituir outro de seus assessores mais importantes, o comandante da PM. Ele já havia trocado o secretário da Segurança Pública, com a chegada de Saulo de Castro Abreu Filho para a vaga de Marco Vinicio Petrelluzzi. Está provado que a polícia paulista tem deficiências, mas seus maiores problemas são decorrentes de atitudes errôneas da cúpula da Segurança Pública. Em seus anos como governador de São Paulo, Mário Covas tomou atitudes importantes em vários setores do Governo do Estado e, ao morrer, há pouco mais de um ano, mereceu aquelas homenagens de todo o País. No entanto, não convém misturar as coisas: a Segurança Pública foi o "calcanhar de Aquiles" do governo Covas e suas deficiências foram herdadas por Geraldo Alckmin. Ao assumir, talvez em sinal de respeito por seu antecessor, Alckmin evitou mexer no secretariado, mas acabou provocando mudanças no começo deste ano. Acontece que Alckmin tem todo o direito de impor estilo próprio ao seu governo. Se o governador sabe que todo o povo paulista reclama do incrível crescimento da violência e da criminalidade em nosso stado e ele tem o objetivo de ficar mais quatro anos no cargo, seria mesmo necessário mudar o estilo de combate aos bandidos. O Proar, esse sistema que tira de circulação PMs que participam de ações violentas contra criminosos, é fruto de uma deturpação da escala de valores, pela qual só bandidos devem ter direitos humanos. No episódio de Sorocaba, era impossível evitar a violência. E o laudo técnico mostrou que os PMs envolvidos não abusaram de suas armas: os 12 assaltantes morreram porque resolveram enfrentar os policiais a bala. Por uma questão de bom senso, o coronel Rui César Melo deveria ter evitado colocar em prática o Proar, no caso dos 37 PMs. Ele desafiou a opinião pública e a autoridade do governador. Sendo assim, não adianta possuir uma boa folha de serviços prestados. Quem fere a hierarquia tem mesmo de cair fora.
* Afanasio Jazadji é advogado, jornalista, radialista e deputado estadual pelo PFL.
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