Ex-gerente de construção da linha 4 do Metrô depõe na Assembléia


07/02/2007 21:27

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Marco Antonio Buoncompagno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Linha 4 metro-marco-MarcoAntonioBuoncompagno.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O último depoimento desta quarta-feira à comissão de representação que investiga o acidente nas obras da estação Pinheiros foi o do ex-gerente de construção da linha 4 do Metrô, Marco Antonio Buoncompagno. Engenheiro há 13 anos na Companhia do Metropolitano de São Paulo, Buoncompagno respondeu a diversas perguntas dos deputados sobre procedimentos na fiscalização do contrato, sobre a modificação do método de construção e suas implicações e sobre a avaliação do contrato pelo Tribunal de Contas do Estado.

O deputado Orlando Morando (PSDB) indagou sobre a responsabilidade pela obra, que o engenheiro disse caber a diversos técnicos contratados pelo consórcio, cujos nomes estão expostos em todos os canteiros de obras. A responsabilidade pela fiscalização é do Metrô (da equipe de engenheiros da qual fazem parte os dois primeiros depoentes da audiência).

O relator da comissão, deputado Edmir Chedid (PFL), questionou a modificação do método construtivo, do sistema Shield para o sistema NATM, questão também levantada por outros deputados. Buoncompagno disse que, para analisar a alteração contratual, o Metrô formou grupo de trabalho composto por técnicos que, após meses de estudos sobre a segurança e a viabilidade da mudança, aliada ao cumprimento dos prazos estabelecidos, aceitou a sugestão, desde que sem ônus para o contratante (o Metrô).

A alteração contratual foi regular e aceita pelo MP e pelo TCE, explicou o depoente ao coordenador da comissão, Valdomiro Lopes (PSB), que perguntou se não haveria o risco de ações judiciais por parte dos concorrentes excluídos do processo de licitação. Buoncompagno afirmou que o tipo de contrato fechado (turn key) já foi utilizado diversas vezes pelo Metrô e que ele é vantajoso, pois algumas responsabilidades do contratante, nesse tipo de instrumento, são repassadas aos contratados. "Ele impõe responsabilidades a quem está de fato fazendo a obra. Não tira a responsabilidade de fiscalização da Companhia do Metrô, mas alivia o trabalho do contratante", disse Buoncompagno.

Nivaldo Santana (PCdoB) aventou a possibilidade de haver um plano de aceleração de obras. Buoncompagno disse desconhecer o fato. Confrontado com uma ata de reunião entre técnicos do Metrô e do consórcio em que se fazia menção a um "plano de aceleração da obra de Pinheiros", Buoncompagno disse lembrar-se de que dois lotes da obra da linha 4, o da Paulista e o de Pinheiros, tiveram seu início atrasado: o primeiro por licença ambiental (proximidade de posto de gasolina e possibilidade de contaminação do solo) e o segundo por entraves burocráticos na liberação do terreno.

A comissão de representação está recebendo diversos documentos, e algumas respostas serão enviadas com documentação mais tarde. Estão marcados mais 15 depoimentos, três em cada uma das audiências, que serão realizadas às terças e quartas-feiras, a partir das 14h30.

alesp