Região de Sorocaba terá comitê de apoio ao desarmamento


25/05/2005 19:44

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Primeira reunião para organizar um comitê regional pela defesa do voto a favor da proibição do comércio de armas de fogo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Hamilton desarmamento.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Organizada pelo mandato do deputado Hamilton Pereira (PT) e pela Subsede da CUT Sorocaba, foi realizada nesta quarta-feira, 24/5, a primeira reunião para organizar um comitê regional pela defesa do voto a favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição para particulares, durante o referendo popular que deverá acontecer no próximo mês de outubro.

Além do deputado Hamilton e do coordenador da Subsede da CUT, Sidnei Morales Hernandes, estiveram representadas na reunião 24 entidades da sociedade civil organizada, entre sindicatos, movimentos religiosos e partidos políticos.

Uma nova reunião já foi agendada para a próxima segunda-feira, 30/5, quando uma comissão provisória vai organizar uma agenda de visitas para convidar outras entidades a participarem do comitê.

No referendo popular, os 121 milhões de brasileiros deverão, obrigatoriamente, votar nas urnas eletrônicas e decidir sobre a proibição do comércio de armas. Previsto no Estatuto do Desarmamento, o referendo já foi autorizado pelo Senado e pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara no dia 11/5, e aguarda, agora, a aprovação no Plenário da Câmara.

Em caso de aprovação no referendo popular, por maioria simples do eleitorado nacional, a venda de armas será permitida apenas para as Forças Armadas; polícias estaduais e federais; guardas municipais; Presidência da República (Agência Brasileira de Inteligência e Gabinete de Segurança Institucional); penitenciárias; guardas portuárias; empresas de segurança e de transportes de valores; além das entidades desportivas de tiro legalmente constituídas.

Apoio unânime

Todas as entidades presentes manifestaram seu apoio à iniciativa e destacaram a importância da formação de todos os participantes do comitê, cujo objetivo é esclarecer toda a sociedade. O coordenador da Subsede da CUT lembrou que as indústrias armamentistas têm afirmado que o desarmamento poderá gerar desemprego e citou o exemplo de uma empresa cooperativa da cidade de Salto, mostrando o equívoco de tal argumento. "Os trabalhadores tomaram conta de uma antiga indústria bélica em Salto e, hoje, cerca de 200 cooperados utilizam os equipamentos para produzir tanques automotivos para gás natural", afirmou Sidnei.

O mandato do vereador Francisco França (PT) também já está organizando uma audiência pública na Câmara Municipal de Sorocaba para debater o Estatuto do Desarmamento, com a presença do autor da iniciativa, deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). A iniciativa, inclusive, obteve o apoio do mandato do vereador Arnô, que sugeriu o envolvimento de toda a bancada do PT na Câmara Municipal.

O representante do Grupo Fé e Política e da Arquidiocese Sorocaba lembrou que o desarmamento é o tema da Campanha da Fraternidade desse ano e que a questão, inclusive, tem envolvido não só a Igreja Católica, mas representantes de diversas religiões. "Vamos informar o arcebispo Don Eduardo Rodrigues a respeito dessa iniciativa e buscar o seu apoio", afirmou Carlos Leite.

O secretário de Cultura de Votorantin, Werinton Kermes, se colocou à disposição para organizar os artistas a se engajarem nas iniciativas do comitê. "Tocar as pessoas através da questão artística é a melhor maneira de conquistá-las", afirmou Kermes. Os órgãos de imprensa também serão convidados a participar do comitê, missão assumida pelo representante regional do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, João Negrão.

Outro consenso entre os participantes desta primeira reunião foi a necessidade de que o comitê também assuma a responsabilidade pela discussão sobre a Cultura da Paz. "Essa campanha é um mote para unir todos nós (movimentos sociais) e fortalecer uma ação que irá beneficiar a população como um todo", defendeu Márcio Brown, representante dos Movimento Hip Hop e do Negro. "No final do mês de julho, vamos realizar o evento "Tô na Fita Contra a Violência", no Habiteto, e lá poderemos trabalhar esse tema", completou.



hpereira@al.sp.gov.br

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