A ALEGRIA DO FMI E A NOSSA DURA REALIDADE - OPINIÃO
Os governistas comemoram o fato de serem a menina dos olhos do capital financeiro internacional. Afirmam ser a garantia contra o efeito Argentina, alertam que o crescimento de candidaturas de oposição aumenta o risco do País, e festejam a aprovação do FMI.
Há muito tempo, isso acontecia também num outro país. Exemplo de liberalismo e fidelidade ao FMI, a Argentina era a preferida desse mesmo sistema financeiro que hoje namora com o Brasil. Bastaram, porém, os primeiros sinais de fragilidade daquela economia para que o país fosse jogado à própria sorte.
Por isso não podemos nos deixar enganar pelo teatro internacional, coadjuvado pela equipe econômica: o FMI declarou em nota oficial que o Brasil está aprovado, com direito a afirmações de que o País deve continuar neste novo rumo; o Ministro Pedro Malan retribuiu com reverências, prestação de contas e com a boa notícia (para eles) que o Brasil não usaria os recursos colocados à disposição pelo Fundo e ainda pagaria uma dívida antiga.
A julgar por esses acontecimentos, conclui-se que estamos atravessando um céu de brigadeiro, onde todos os indicadores sociais e econômicos apontam para uma situação de crescimento econômico, estabilidade e recuperação da condição de vida e trabalho dos brasileiros.
Antes fosse. O que ocorre é uma situação completamente diversa e preocupante:
. Nos relatórios do Banco Mundial, o Brasil vem sendo classificado como país "altamente endividado", a ponto de até o candidato governista declarar que a fragilidade do País é sua vulnerabilidade externa;
. Os índices de inadimplência continuam a crescer, atingindo recordes detectados pelos dados publicados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pela Fundação Seade do Governo do Estado de São Paulo, segundo os quais houve uma brutal perda do poder aquisitivo, que voltou aos níveis de 1992;
. Segundo essas mesmas fontes o índice de desemprego, que era de 14,6%, subiu para 19,9%;
. Em matéria de desigualdade social pouco mudou deste 74, e o Brasil está disputando a liderança mundial em desigualdade de renda. De acordo com pesquisa do IBGE, os 10% mais ricos embolsam 46,8% da renda nacional, enquanto os 50% com salários mais baixos detêm apenas 13,9%.
Trata-se apenas de alguns indicadores. Isso sem falar na multidão de excluídos que vivem na miséria, observados por um Estado falido e impotente, incapaz de conferir qualidade de vida aos cidadãos. Não é à toa que crescem a violência e a insegurança pública nesse terreno fertilizado pela inércia governamental e cada vez mais ocupado pelo crime organizado.
Do alto da serra, o governo tenta enxergar um vale encantado cheio de harmonia mas, tanto na micro como na macroeconomia, a situação é absurdamente preocupante. Além da já citada vulnerabilidade externa, a dívida interna triplicou durante o governo FHC. Isso, apesar da fúria arrecadatória do Governo, que fez saltar a carga tributária de 23% para 34% do PIB.
Realmente o candidato governista precisa, como ele mesmo afirmou, alertar a população para os riscos do efeito Argentina. No entanto, ele "ouviu o galo cantar, mas não sabe onde". Se ele quiser mesmo saber onde está o perigo é simples: basta olhar no espelho ou então andar nas periferias das grandes cidades, visitar sem aviso prévio os hospitais públicos e verificar os testes dos alunos aprovados pela "progressão continuada". Enfim, conviver com a dura realidade da nossa gente.
Arnaldo Jardim, 46, é deputado estadual, engenheiro civil e ex-secretário da Habitação (1993). Atualmente, é presidente estadual do PPS.
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