Força e energia associadas à poesia no figurativismo de Margarita Farré


01/10/2007 10:30

Compartilhar:

Romance II<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Romance II frente.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Tema clássico que podemos afirmar ser o fundamento da escultura de sempre, a figura humana constitui a temática inspiradora dominante na obra de Margarita Farré. Ela a interpreta com grande liberdade e espírito essencialmente fantástico, um gosto naturalístico e precipuamente estendido à construção evocativa e metamórfica das formas humanas no espaço, de maneira autônoma e significativa.

Fantástica é a sua maneira de organizar a arquitetura de volumes, com uma predileção pela verticalidade que confere a suas composições uma improvisada ascensão e contribui ao dinamismo do conjunto.

Existe em suas esculturas uma série de contrastes lineares e de massas carregadas de energia que determinam, muitas vezes, fortes tensões, as quais permeiam o conjunto de um sentido de luta e de drama.

Escultora autêntica, da grandiosidade de Henry Moore, onde força e energia se associam a um núcleo poético interior que constitui o verdadeiro élan de seu figurativismo.

A condição humana e o amor da realidade, aceitos mesmo através de suas implicações mais expressivas e reais, em nome da sacralidade do ser, constituem a sua preocupação maior tanto quanto os dados de um reconhecimento ético escrupulosamente traduzido pela prática de um metier perfeitamente dominado.

Se nos anos 60 a constatação das condições alienantes de nossa civilização e o sentido de um trágico destino coligado a uma existência humana se traduziam num expressionismo de crônica, com o passar dos anos o controle racional atuando sobre uma matéria vivida trouxe-nos um verismo simbolista, que se transformou na característica do seu realismo.

A escultura em bronze Romance II, oferecida ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é reveladora de uma visão plástica de Margarita Farré que une realismo consciente e visionário a uma vigorosa vontade de intervenção e controle racional da objetividade realística.



A artista

Margarita Farré, catalã de Barcelona (Espanha), desde 1957 vive e trabalha em São Paulo. Entre 1973 e 1975, cursou Desenho e Escultura na Fundação Armando Álvares Penteado sob orientação, respectivamente, de Ana Maria Bellucci e de Juan Godiño. No ano seguinte, viajou para Barcelona e Roma a estudos. Nos anos de 1983 e 1984, participou do atelier de escultura promovido pela Galeria Artescultura, sob orientação dos escultores Doménico Calabrone e Elvio Beccheroni.

A partir de 1984, participou de várias exposições coletivas, dentre elas: Atelier Artescultura, São Paulo (1984); Festival Hispanidade - Banco Exterior de España, São Paulo (1984 e 1985); Chapel American School Art Show, São Paulo (1985, 1987 e 1995); XXIX Salão Valenciano de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (1985); Curtis Hixon Convention Center Contemporany Art Exhibition, Tampa, Flórida, Estados Unidos (1986); Amazoni Gallery, Nova Iorque, Estados Unidos; Patrícia Carego Gallery, Washington-DC, Estados Unidos; I Bienal Internacional Latino Americana, "Hors Concours", São Paulo (1987); Guggenhein Collection, Miami, Flórida, Estados Unidos (1988); Eleven Women -- Brazilian American Cultural Institute, Washington-DC, Estados Unidos (1989); Museum of 20th Century Art, Laguna Beach, Califórnia, Estados Unidos; Fagen Peterson Fine Art, Scottsdale, Arizona, Estados Unidos (1990); Studio Art, Miami, Flórida, Estados Unidos; IMI, Miami, Flórida, Estados Unidos (1991); Arte Buenos Aires - Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires, Argentina (1992); Funarte - Participantes Anuário Latino-Americano (1997); Real Círculo Artístico de Barcelona, Espanha; Prince George´s Art Council, Maryland, Washington-DC, Estados Unidos; Embaixada Brasileira, Buenos Aires, Argentina; Overseas Gallery, Miami, Flórida, Estados Unidos (1997); Brasil no Estados Unidos, Miami, Flórida, Estados Unidos (1998); Galeria Artesanos, Miami, Flórida, Estados Unidos (1998 e 1999); Quinta das Cruzadas, Sintra, Portugal (2000); Galeria Artitude - Le Village Suisse, Paris, França; Salon des Independants - Grand Palais des Champs Elysées, Paris, França; Galeria Acea´s, Barcelona, Espanha (2000); Artistas Brasileiros no Salões Oficiais Franceses - Iate Clube de Brasília, DF; Brazilian American Cultural Institute - Washington-DC, Estados Unidos; World Trade Center, Dubai, Emirados Árabes Unidos (2001); e Converse - Espaço Cultural Canadá-Brasil, São Paulo (2002).

Entre suas exposições individuais destacam-se no Brasil: Embaixada da Espanha, Brasília; Galeria Olaria, Salvador (1985); Galeria de Arte Giglio - Campinas; Espaço de Arte Anima, São Paulo (1986); Galeria de Arte Integração Assessoria e Atelier, Santos (1986, 1988 e 1989); Galeria de Arte Aplicada, São Paulo (1989); Galeria André, São Paulo (1991); Museu da Casa Brasileira (1992); Tridimensional Espaço de Arte, São Paulo (1993); Galeria Loureiro Guimarães, Campinas (1995); Museu Banespa, São Paulo (1996); Espaço Cultural Caixa Econômica Federal (1997 e 2002); e CBS Salão Cultural, São Paulo (1999). No exterior: Nuances Gallery, Tampa, Flórida, Estados Unidos; Brazilian American Cultural Institute, Washington-DC, Estados Unidos; Tequesta Gallery, Tequesta, Flórida, Estados Unidos (1986); Taten Gallery, Fort Lauderdale, Flórida, Estados Unidos (1987); Anisi Gallery, Miami, Flórida; Expression Gallery, Miami, Flórida, Estados Unidos; Gabriel Bracho Gallery, Caracas, Venezuela; Galeria Lozano & Lozada, Valência, Venezuela (1988); Roslyn Saylor Gallery, Atlantic City, New Jersey, Estados Unidos (1989); Patricia Carega Gallery, Washington-DC, Estados Unidos; Magister Gallery, Assunção, Paraguai; Miranda Gallery, Laguna Beach, Califórnia, Estados Unidos (1990); Artist´s Museum - Washington-DC, Estados Unidos (1999); Kulturagentur und Galerie No. Ter, Berlim, Alemanha (2000); Rahmen Galerie, Berlim, Alemanha (2001); Fernanda Meirelles Studio, Miami, Flórida, Estados Unidos; e Sofisa Bank, Miami, Flórida, Estados Unidos (2002).

Suas esculturas encontram-se em museus, coleções particulares e instituições do Brasil e do exterior: Brazilian American Institute, Washington-DC, Estados Unidos; Palácio dos Bandeirantes, São Paulo; Palácio 9 de Julho; Sede do Bank Boston, São Paulo; Museu Banespa; Citibank, São Paulo; Sede do Banco HSBC; Sede do Banco Dibens; e Parque Ecológico de Campinas e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp