Hiroshima e Nagasaki: 65 anos de uma tragédia mundial

Demonstração de força que pôs fim à 2ª Guerra Mundial dizimou 265 mil pessoas, a maioria civis
05/08/2010 20:35

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O cogumelo atómico de Hiroshima <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2010/atomicbombhiroshima.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bomba Atômica Little Boy  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2010/bomaAtomica2LittleBoyonHiroshima.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O edifício em Hiroshima é um símbolo da militância pela paz, Os japoneses conservaram a cúpula da mesma forma que ficou logo após a bomba atômica<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2010/bomaAtomica1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Às 2h27 da madrugada do dia 6 de agosto, o coronel Paul Tibbets aciona os motores da superfortaleza B-29, batizada por ele de Enola Gay, nome de solteira de sua mãe. O alvo era Hiroshima, cidade japonesa de 256 mil habitantes. Às 8h15 de 6 de agosto de 1945, a bomba denominada Little Boy, com 72 quilos de urânio 235, foi lançada sobre a cidade, a mais de 10 mil metros de altura. Demorou 43 segundos até explodir.

Tudo em um raio de dois quilômetros foi destruído pela explosão equivalente a 13 mil toneladas de TNT. Morreram imediatamente 70 mil pessoas. Uma enorme nuvem em forma de cogumelo de poeira cinza, marrom e negra subiu pelo céu. Hiroshima ficou às escuras, o sol tinha desaparecido, e uma chuva negra radiativa. Até o fim do ano de 1945, outras 60 mil morreram vítimas das sequelas da explosão nuclear.

Após três dias de aguardo de um pronunciamento do governo japonês, e sem nenhuma resposta, os americanos estavam prontos para usar a segunda arma atômica, agora de plutônio, mais potente do que a primeira. Eram 11h02 de 9 de agosto de 1945. Tudo em uma área de 3 por 5 km foi destruído, Perto de 35 mil pessoas morreram na hora, e mais de 100 mil, nos anos seguintes, vítimas da radiação.



O início da corrida pela bomba e o fim da 2º Guerra Mundial



Poucos sabem, mas a Alemanha nazista é que iniciou e liderou a corrida armamentista nuclear: os cientistas alemães eram especialistas em pesquisas militares desde a 1º Grande Guerra.

Em 1934, Leo Slizard, um húngaro que havia sido obrigado a emigrar para a Inglaterra por sua ascendência judaica, descobriu que os nêutrons podiam ser usados para dividir os átomos e criar uma reação em cadeia. No mesmo ano, o italiano Enrico Fermi bombardeou urânio com nêutrons e o dividiu. Foi um passo para criar a reação nuclear em cadeia. 

Com a liderança da Europa nas pesquisas, os alemães tinham os melhores cientistas na área, entre eles o jovem Werner Karl Heisenberg, ganhador do Premio Nobel de Física de 1932. Em dezembro de 1938, no Instituto de Química Kaiser Guilherme, cientistas alemães demonstraram pela primeira vez a fissão do urânio 235. 

Os cientistas Szilard e Fermi, preocupados com o potencial destrutivo da energia atômica, mudaram-se para os Estados Unidos, onde compartilharam seus medos com Albert Einstein. Muitos dos grandes físicos alemães eram judeus, e sob o regime anti-semita nazista, foram obrigados a fugir para os Estados Unidos e a Inglaterra, onde colaboraram nas pesquisas nucleares.

Na Alemanha, Paul Arteke, professor de Química da Universidade de Hamburgo, um dos primeiros a defender o uso da energia atômica como arma, escreveu, em 24 de abril de 1939, uma carta ao ministro da guerra alemão, na qual ele declarava que físicos nucleares alemães eram capazes de criar explosivos de força gigantesca e quem os controlasse venceria seus inimigos com facilidade. 

O ministro do Armamento da Alemanha, Albert Speer, encorajou Werner Heisenberg a continuar suas pesquisas e na primavera de 1942, Heisenberg foi confirmado chefe do programa atômico nazista, sendo nomeado diretor do Instituto Kaiser Guilherme. Um ano antes, Heisengerb havia apresentado um projeto para um reator nuclear. Esse projeto necessitava enorme quantidade de eletricidade e a Noruega, sob controle da Alemanha, tinha um amplo complexo hidrelétrico em que os alemães estavam produzindo água pesada (substância necessária às reações nucleares com urânio) em estado bastante adiantado. 

Preocupados, os ingleses resolveram, em 19 de novembro de 1942, enviar um comando da 1ª Divisão de paraquedistas à Noruega, para destruir a usina de Notodden, Telemark, que produzia a água pesada, mas os dois planadores utilizados na operação se acidentaram, e os poucos sobreviventes foram sumariamente fuzilados pelos nazistas. No ano seguinte, em 16 de fevereiro de 1943, seis noruegueses, vestidos e armados como ingleses para evitar represálias ao povo do país, saltaram de pára-quedas nas geladas montanhas da Noruega, esquiaram até a usina alemã de produção de água pesada. Na noite de 27 de fevereiro, atacaram a usina com bombas, destruíram 350 quilos de água pesada e inutilizaram a usina por vários meses. Reconstruída, a usina foi atacada nove meses depois por um esquadrão de bombardeiros americanos, mas não foi totalmente destruída. Os nazistas então resolveram transferir a produção de água pesada para a Alemanha. No dia 20 de fevereiro de 1944, o ferry-boat Hydro, que levava a preciosa carga, foi afundado no meio do Lago Tinnsjo. 



A pesquisa nuclear nos Estados Unidos



Leo Szilard, que se havia se transferido para os Estados Unidos, tentou convencer os norte-americanos da necessidade de um programa de energia atômica para fins militares. Em conversa com Albert Einstein, informou que os alemães haviam conseguido dividir o átomo. Preocupado com as informações e por sugestão de Leo Szilard, Einstein, no dia 2 de agosto de 1939, escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, alertando sobre o avanço alemão na física nuclear. Albert Einstein não estava interessado na energia nuclear para fins militares, mas sua carta foi o primeiro passo para a criação do Projeto Manhanttan, a busca americana por uma arma nuclear. 

Apesar de os primeiros estudos terem sido iniciados somente após a entrada dos Estados Unidos na 2º Guerra Mundial, depois do ataque à base naval de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, é que foi instituído o programa nuclear americano, em 1942. O programa recebeu o nome de Projeto Manhattan, e em 17 de setembro o general-brigadeiro Leslie Richard Groves, que havia sido responsável pela direção na construção do Pentágono, sede do Departamento de Estado americano, no condado de Arlington, na Virginia, ao lado da capital americana, Washington, foi designado para dirigir e cuidar do projeto. O Manhattan era considerado um segredo de Estado e nem o vice-presidente dos Estados Unidos sabia de sua existência. 

O responsável pelas pesquisas foi o físico norte-americano Robert Oppenheimer, que coordenou todos os demais cientistas. O projeto foi desenvolvido em treze locais diferentes no território norte-americano, mas somente três tinham o domínio pelo projeto: Hanford, em Washington, Oak Ridge, no Tennessee, e Los Alamos, no Novo México. O projeto Manhattan acabou consumindo dois bilhões de dólares à época. 

Enquanto os cientistas trabalhavam nas pesqui­sas atômicas, os militares começaram a pensar em como levar abomba para ser lançada sobre os inimigos. O comandante da Força Aérea americana, general Henry "Hap" Arnold, havia autorizado a criação de uma unidade ultrassecreta para realizar as missões da bomba atômica, que recebeu o nome código de Silver Plate.

No verão de 1944, os combates para a tomada das ilhas no Pacifico, para alcançar o território japonês, resultavam em grandes baixas norte-americanas, na cifra assustadora de 12 mil homens por mês. E a tomada do Japão seria uma verdadeira carnificina, segundo estimativas oficiais, custaria aos aliados nada menos que um milhão de homens, não se falando dos japoneses, entre militares, e principalmente civis, em alguns milhões de vítimas. O governo dos Estados Unidos tinha que agir.

Em 1º de setembro de 1944, o coronel Paul Tibbets, de apenas 29 anos, foi designado para cuidar da parte operacional. Com carta branca dos superiores, ele convocou todos aqueles que tripularam seu bombardeiro B-17 nos raides sobre a Alemanha, e foi formado o 509º Grupo Composto, sob o comando de Tibbets. 

Desde que voltara da Europa, ele era piloto de teste de um novo avião, o B-29, um gigantesco quadrimotor pressurizado que voava em uma altitude em que era impossível ser atingido por baterias antiaéreas ou por aviões caças inimigos. O projeto dessa nova aeronave custou ao governo dos Estados Unidos um bilhão de dólares a mais que a construção da bomba atômica. 

No dia 9 de maio de 1945, Tibbets esteve na fábrica da Martin Aircraft, em Omaha, no Estado de Nebraska, e escolheu o aparelho número de série 44-86292, que seria adaptado para o transporte da bomba.

Com a chegada da tripulação por ele designada e do avião, em 14 de junho de 1945, começou em Wendover, no Estado de Utah, em um local deserto, os testes de voo e de procedimento para o lançamento da bomba, sendo utilizadas artefatos do mesmo tamanho e peso, mas com concreto dentro, e não explosivos. 

Em 2 de julho, toda a equipe voou para a Ilha de Tiniam, localizada no Arquipélago das Marianas, entre a Austrália e o Japão, que havia sido conquistada dos japoneses pouco antes, após dura batalha. Entre o dia 7 e 31 de julho, o B-29 participou de diversos ataques ao Japão, inclusive às cidades de Kobe e Nagoya. Era o adestramento necessário para a tripulação.

No dia 26 de julho, durante a conferência de Potsdam, na Alemanha ocupada, com o ditador soviético Joseph Stalin, o primeiro ministro inglês Winston Chuchill, e o presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman (Roosevelt morrera em abril), os aliados mandaram um ultimato ao governo japonês para que se rendesse incondicionalmente, o que foi ignorado pelo primeiro-ministro do Japão, almirante Kantaro Suzuki, em 28 de julho. Ante a negativa dos japoneses, no dia 2 de agosto, ainda em Postdam, o presidente americano deu a ordem oficial para bombardear o Japão com o novo artefato atômico. Dias antes, uma bomba nuclear havia sido testada pela primeira vez no mundo perto de Alamogordo, no deserto do Novo México. A explosão surpreendeu os cientistas e demais participantes da experiência, pois toda a área em torno da torre da qual foi lançada a bomba havia se tornado vidro em razão do extremo calor. 



Hiroshima



Na noite de 5 de agosto de 1945 tiveram início os preparativos para a missão. A tripulação até então não sabia que iria lançar uma bomba atômica. Às 2h27 da madrugada do dia 6 de agosto, Tibbets, pouco antes de acionar os motores da superfortaleza B-29, batizada por ele de Enola Gay, nome de solteira de sua mãe, pediu aos jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, alem do pessoal da base, para que se afastassem do aparelho, e nessa hora um fotógrafo pediu para ele acenar para a câmera, essa cena ficou famosa no mundo inteiro.

A tripulação do Enola Gay era composta de por 12 homens, incluindo os técnicos que iriam ativar a bomba. 

Dois aviões B-29, o Great Artiste e o nº 91, acompanhavam o Enola Gay, um para fotografar e filmar a missão e outro com equipamentos para medir a explosão nuclear; mais três aviões voavam na frente para passar as informações meteorológicas que iriam indicar a cidade escolhida para o lançamento da bomba. As opções eram Hiroshima, Kokura e Nakasaki. Um sétimo aparelho ficou de reserva.

A escolha recaiu sobre Hiroshima, que contava com 256 mil habitantes. O Enola Gay percorreu 2,4 mil km entre Tinian e o Japão, voando em uma velocidade de 520 km/h, a 10,6 mil metros de altitude. Tibbets, antes de soltar abomba, determinou que a tripulação colocasse seus óculos especiais com três camadas de lentes para evitar a cegueira. Às 8h15 de 6 de agosto de 1945, a bomba denominada Little Boy (garotinho), de 3 metros de comprimento e 75 cm de largura, e pesando quatro toneladas, com 72 quilos de urânio 235, foi lançada sobre a cidade, demorou 43 segundos até explodir 576 metros acima da clínica Shima, a 800 m do alvo indicado: a ponte Aioi, em forma de "T", localizada no centro da cidade japonesa. 

A temperatura do núcleo da bomba foi de 50 milhões de graus centígrados e liberou 500 milhões de volts de energia. Tudo que estava pelo menos a dois quilômetros foi destruído pela explosão equivalente a 13 mil toneladas de TNT. Morreram imediatamente 70 mil pessoas. Uma enorme nuvem em forma de cogumelo de poeira cinza, marrom e negra subiu pelo céu. Hiroshima ficou às escuras, o sol tinha desaparecido, e uma chuva negra radiativa. Até o fim do ano de 1945, outras 60 mil morreram vítimas das sequelas da explosão nuclear.

O presidente Truman soube do lançamento da bomba sobre Hiroshima quando retornava da conferência de Potsdam aos Estados Unidos a bordo do cruzador americano USS Augusta. Pelo som interno do navio de guerra ele falou para a tripulação que "esse é o maior evento da história" e depois anunciou ao mundo: "Pouco tempo atrás, um avião americano lançou uma bomba em Hiroshima e destruiu sua utilidade para o inimigo. Os japoneses começaram a guerra pelo ar em Pearl Harbor. Receberam o troco muitas vezes. E ainda não acabou. Com esta bomba adicionamos um novo e revolucionário incremento em destruição".

Em Los Alamos, houve júbilo entre os cientistas, mas nem todos comemoraram, alguns tiveram um impacto negativo, a destruição da cidade e principalmente de vidas humanas era na verdade um momento infeliz. 

A Rádio de Tóquio, em seu noticiário sobre o ataque a Hiroshima, informou que "os danos eram de pequena monta...". A primeira bomba atômica não havia, até onde o governo e os militares norte-americanos sabiam, dado o impacto que esperavam sobre o imperador ou o gabinete de guerra do Japão, que ainda não havia decidido aceitar a Declaração de Potsdam. Nada indicava, através dos suíços ou de outros, que estavam mudando de ideia sobre o fim da guerra.

Após três dias de aguardo de um pronunciamento do governo japonês, e sem nenhuma resposta, os americanos estavam prontos para usar a segunda arma atômica, agora de plutônio, a Fat Man (homem gordo) pelo seu formato. Essa bomba trazia várias mensagens escritas de aviadores para os japoneses e seu imperador. 



Nakasaki



O alvo principal não era Nakasaki e sim a cidade de Kokura mas, ao ser localizada pela tripulação do B-29 denominado Bockscar, a cidade japonesa estava encoberta por espessas nuvens. O avião sobrevoou três vezes Kokura, mas na impossibilidade de lançar a bomba sobre esse alvo, o major Charles W. Sweeney, que comandava a missão, se reuniu com capitão da marinha Frederick L. Ashworth, responsável por armar a bomba atômica, e com o navegador do bombardeiro, capitão James Van Pelt, e decidiram partir para o alvo secundário, a cidade de Nakasaki, que contava com uma população de 173 mil pessoas e possuía fábricas de armamento com trabalhadores japoneses, parte deles universitários, alem de coreanos e prisioneiros aliados.

O navegador Van Pelt olhava pelo que determinava o local onde deveria cair a bomba Fat Man. Ela tinha 2,34 metros de comprimento, por 1,52 metro de largura, e pesava 4,545 toneladas. Tinha o equivalente a 20 toneladas de TNT, portanto mais potente do que a bomba jogada em Hiroshima. Ao localizar o alvo, Van Pelt pediu ao major Sweeney que fizesse uma curva à direita, e apontou para as fábricas de aço e armas da Mitsubishi. Então lançou a bomba. Eram 11h02 de 9 de agosto de 1945. A tripulação ainda pôde dar uma olhada na cidade ao sair, e viu o mesmo que havia acontecido antes em Hiroshima, a nuvem horizontal sobre a cidade, depois um cogumelo maior, desta vez saindo do topo.

A bomba explodiu a 550 metros do chão, bem em cima do bairro cristão da cidade; um clarão fortíssimo no céu foi visto por todos, a potente bomba de plutônio destruiu tudo em uma área de 3 por 5 km, fazendo queimar toda a vegetação das encostas das montanhas que circundavam a cidade, a 14 km em linha reta, ficando com um tom marrom. Perto de 35 mil pessoas morreram na hora, e calcula-se que mais de 100 mil morreram nos anos seguintes, vítimas da radiação nuclear.



O fim da guerra



Cinco dias depois, no dia 14 de agosto, o imperador foi obrigado a aceitar o inevitável. No palácio, Hiroito gravou uma mensagem de rendição. Naquela noite, oficiais fanáticos, recusando-se em aceitar a derrota, tentaram dar um golpe militar e roubar a gravação para que a mensagem não chegasse ao seu povo. Esse ato final de desespero dos militares falhou e eles foram logo presos.

No dia seguinte, a gravação foi ao ar pelo rádio e foi reproduzida por alto-falantes localizados em todo o Japão. Era a primeira vez que o povo ouvia a voz do seu imperador. Com a voz embargada, ele explicou o motivo da cessão das hostilidades, mas em momento algum usou a palavra rendição. Todos ficaram comovidos, havendo uma mistura de emoções que fez todos chorarem, inclusive pelas ruas. Todos sabiam que o Japão havia perdido a guerra, o que não ocorria há séculos.

No dia 2 de setembro de 1945, a bordo do encouraçado USS Missouri, a delegação japonesa chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Mamoru Shigemitusu, e composta por 11 pessoas, sendo quatro civis e sete militares, entre eles o general Yoshijiro Umezu, chefe do Estado-Maior-Geral do Exército, foi recebida pelo comandante supremo das Forças Aliadas no Pacífico, general Douglas MacArthur. Enquanto a representação japonesa assinava o documento, uma esquadrilha de 462 aviões B-29, sobrevoaram a Baía de Tóquio e o Missouri. 

Apesar de os aliados exigirem rendição incondicional, Truman tinha feito um acordo secreto com o Japão, através da embaixada da Suíça. Após a explosão das bombas, o presidente dos Estados Unidos tinha decidido que o imperador poderia ficar como líder de seu país. Era uma completa reversão da política firmada na Conferência de Potsdam.

Mas permanece a dúvida: se essa concessão tivesse sido feita antes, poderia ter tido uma paz negociada, muitas vidas teriam sido salvas e teria sido evitado o uso das bombas atômicas.

Paul Tibbtes, faleceu no dia 1 de novembro de 2007, aos 92 anos de idade, com a patente de general-brigadeiro da Força Aérea dos Estados Unidos. Ele havia determinado que seu funeral fosse reservado, unicamente com a presença dos seus familiares, para que fosse evitado qualquer tipo de protesto ou manifestação de pacifistas, que apesar do tempo passado, ainda eram contra o lançamento das bombas atômicas.



*Antônio Sérgio Ribeiro. Advogado e pesquisador. Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo.

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