Frente em defesa das mulheres é relançada


05/08/2011 21:00

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Ana Perugini<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/FrenteDireitosdaMulherDepAnaPeruginiMAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher Paulista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/FrenteDireitosdaMulherAnaPeruginiMAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Leci Brandão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/FrenteDireitosdaMulherLeciBrandaoMAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Propostas referentes a melhores condições para as mulheres são discutidas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2011/FrenteDireitosdaMulherROB0003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O relançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher Paulista, coordenada por Ana Perugini (PT), contou com a presença de Leci Brandão (PCdoB); Olimpio Gomes (PDT); José Candido (PT); da delegada federal do Desenvolvimento Agrário, Maria Judite Magalhães Gomes; da presidente da Comissão Mulher Advogada, Fabíola Marques; da diretora associada do Hospital da Mulher José Aristódemo Pinotti, Ângela Maria Bacha; do diretor do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), Oswaldo Gracioto; da presidente Sindivarejista de Campinas e região, Sanae Murayama Saito.

O projeto, criado por Perugini em 2007, tem como objetivo apresentar propostas referentes a melhores condições nos serviços públicos para mulheres, diminuição da violência doméstica e a inclusão da vacina de prevenção do câncer de colo do útero na rede pública de saúde.

Leci Brandão, a primeira a se pronunciar, comemorou a realização do evento e declarou que falta coragem às mulheres para enfrentarem a violência e lutar por seus direitos. "Nós precisamos ocupar mais espaço, para que haja mais pessoas batalhando por nossas necessidades", pediu. A deputada ainda alegou que falta implantação de uma secretaria destinada somente ao público feminino. José Candido também elogiou a iniciativa da frente, mas disse que falta incentivo para as mulheres exigirem melhorias nos âmbitos da saúde e segurança.

A evolução dos movimentos femininos foi citada por Gracioto, que acredita que houve desenvolvimentos, mas que estes estão longe de ser suficientes. "Ser mulher é saber trabalhar de várias formas", acrescentou Sanae Murayama. Para a presidente sindivarejista, é claro o crescimento do número de mulheres à frente das administrações, entretanto, as atividades caseiras e o cuidado com os filhos ainda são remetidos exclusivamente à figura da mulher. Tal questão também foi apontada pela conselheira da OAB, Fabíola Marques, que defendeu a igualdade plena entre os direitos, benefícios e atividades entre homem e mulher. "A licença maternidade tem que ser substituída por uma licença paternal, de forma que os dois se dividam, conforme for conveniente, para se desligar do trabalho e dedicar-se ao filho. Chegou a hora de dar um basta e dividir as responsabilidades." Fabíola considerou este um problema que atinge todas as classes sociais devido à velha mentalidade colocada pela sociedade de que "mãe precisa abrir mão do trabalho pela família".

Outras questões inerentes ao universo feminino também foram abordadas no evento, como saúde e direitos da mulher. Ângela Bacha destacou a importância da mamografia, pois o câncer de mama é a principal causa de morte de mulheres entre 30 e 80 anos e ocupa a terceira posição entre as jovens de 20 a 30 anos. A delegada Maria Judite Magalhães completou que as mulheres da zona rural dificilmente têm acesso ao exame de mamografia e, muitas vezes, os direitos e benefícios previdenciários são desconhecidos por elas.



Quatro anos de conquistas



Ana Perugini agradeceu o apoio de todos, relembrou de trajetória percorrida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher Paulista e emocionou o público presente ao contar sua própria história. "Agradeço a minha mãe, que fez com que todas as filhas estudassem. Ela ia à noite nos buscar na porta da escola com um pedaço de madeira (para defesa própria) porque não tinha luz na rua. Foi ela quem nos ensinou a ser mulheres fortes", disse.

Dentre as conquistas da frente, Perugini citou a distribuição de mais de 250 mil cartilhas com a Lei Maria da Penha, os 130 encontros realizados durante a legislatura anterior onde foram discutidos temas como planejamento familiar, violência contra a mulher e combate à discriminação. A deputada ainda chamou a atenção para a conquista das mulheres de espaço político. "De agosto de 2007 até agora, 47 projetos de lei relacionados às mulheres foram apresentados. Destes, apenas dois foram aprovados. Conhecemos cidades onde não havia uma única mulher no cargo de vereadora. Mas trabalhamos nisso, temos vereadoras e agora sonhamos em ser prefeitas".

Perugini ainda explanou sobre gráficos que expressavam a desigualdade ainda presente no mercado de trabalho: mulheres ainda ganham menos do que homens para executar o mesmo serviço. Ela afirmou ser necessário gerar uma nova cultura, alcançada principalmente por meio de educação básica de qualidade, para que a mulher conquiste maior espaço e respeito na sociedade.

Com muito bom humor, a deputada sugeriu que as mulheres listassem todas as atividades da casa e distribuíssem as tarefas entre todos, de forma a diluir essa sobrecarga que faz a mulher se desdobrar em diversos papéis. "Quando a mulher consegue sair desse papel, que foi construído e atribuído a ela, que a faz sentir-se valorizada, mas que tem lhe sobrecarregado, é um processo de libertação para todos. Precisamos nos mobilizar porque sem mobilização não há vitória", encerrou.

alesp