A pintura de Juliana Pavanelli sugere imagens herméticas envolvidas por um véu de cores sublimes

Emanuel von Lauenstein Massarani
27/05/2004 14:00

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Juliana Pavanelli<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Juliana Pavanelli.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Reflexão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/JULIANA  PAVANELI REFLEXOE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A inteligência da imagem, nos propõe Juliana Pavanelli, não se exaure nos limites de uma verificação crítica de tipo formalístico. É com efeito uma imagem bem complexa, não somente pela pluralidade de seus mesmos componentes, mas, sobretudo, por aquela gama de significados, ora descobertos, ora criptografados, de emblemas e símbolos que nela se encontram.

As conotações dos traços sutis aparecem num particular contexto de espaço como agentes reveladores de um conteúdo até aquele momento desconhecido e posteriormente conhecido através da intuição. Em algumas obras, o contexto espacial aparece com fundo fluido, transparente e indeterminado. Em outras, constitui-se como um impalpável espaço da psique: do inconsciente no primeiro caso, de um percurso do inconsciente em direção às regiões conscientes, no segundo.

Considerada sob essa perspectiva, cada pintura sua com encáustica aguarda o momento revelador do oculto, processo que se realiza no profundo de seu ego. Seu traço se constitui numa intervenção que deseja evidenciar a dinâmica emoção entre os dois estados psíquicos, quase um choque entre realidade interior e realidade objetiva. Mas, tanto num caso quanto no outro, a imagem se envolve num clima de hermetismo.

Sua linguagem é inusitada, como são inusitadas suas intenções. Válida, entretanto, pelo seu calibre essencialmente lírico. No seu itinerário através do labirinto interior, a jovem artista evita os caminhos do íncubo e aporta às encostas do encantamento: sobre o espelho da alma resplendem os reflexos do Éden reencontrado.

Na obra Reflexão, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, veladamente aparece o reflexo de sua imagem interior. A artista se articula através de temas que se diferenciam tão-somente na solução formal, mas que resultam coligados entre si por um cromatismo equilibrado e sublime.



A artista

Juliana Pavanelli nasceu em Piracicaba, São Paulo, em 1981. Formou-se em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (2003), onde atualmente está se preparando para uma licenciatura. Teve como professores de gravura José Spaniol, Cláudio Murabac e Herman Tacasey. Dedica-se à pintura, gravura, encáustica e vídeo.

Participou das seguintes exposições: Funarte, Fundação Nacional de Arte (2000); Unisa, Universidade de Santo Amaro; Museu do Imigrante e Teatro São Pedro, São Paulo (2001); Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, Curitiba e São Paulo; Teatro Municipal de Piracicaba, SP (2002); 35º Anual de Arte Faap; Salão Bunkyo; Cisterna, Oltrefrontiera, Itália; Museu da Casa Brasileira (2003); São Paulo no Coração de Chaves, Portugal; Projeto Anita, Faap, São Paulo (2004).

A artista recebeu medalhas de bronze, prata, ouro e menções honrosas e possui obras em acervos oficiais e particulares, destacando-se o Palazzo di Cisterna, Latina, Itália; Editora Universitária Lisboa e Câmara Municipal de Abrantes, Lisboa, Portugal, além do Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho.

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