Carlos Giannazi responde questão de ordem e afirma que há fatos inverídicos


14/11/2007 19:06

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O deputado Carlos Giannazi (PSOL) coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Comunidade GLBTT, lançada no Parlamento paulista, em 24/10, respondeu, durante sessão plenária desta quarta-feira, 14/11, questão de ordem formulada por Waldir Agnello (PTB) questionando sua conduta ao permitir que um participante do evento realizasse um strip-tease no Parlamento paulista.

Conforme Giannazi, o documento, encaminhado à Mesa Diretora da Alesp, "tem fatos inverídicos". "Não houve strip-tease, mas a apresentação de um transformista da comunidade GLBTT. Ele fez show dele e não houve afronta ao decoro e à ética." O parlamentar, que disse não ser "sensor ou repressor", lembrou que o objetivo do evento, que contou com a presença de vários segmentos da sociedade, "inclusive pastores evangélicos gays", foi debater o preconceito e as perseguições contra os homossexuais. "Dirigi a sessão com imparcialidade."

Quanto à denúncia de agressões verbais às igrejas evangélicas, Carlos Giannazi explicou que foi a opinião de um pastor gay da Igreja Evangélica Metropolitana, do Rio de Janeiro. A manifestação do pastor se deu, segundo Giannazi, "em decorrência de denúncias de envolvimento de pastores em atos de corrupção, como o caso do bispo Rodrigues, envolvido no esquema do mensalão".

Carlos Giannazi declarou ter respeito pelos evangélicos. Ele apenas discorda da posição dos religiosos sobre o homossexualismo.



O outro lado

"É muito estranha e confusa a colocação de V. Exa., que traz à tona questões sobre sexualidade e religião. Em nenhum momento me refiro a elas em meu documento", declarou Waldir Agnello (PTB). Para ele, Carlos Giannazi foi "omisso" quando aplaudiu e permitiu manifestações agressivas sobre o pai de um colega de parlamento. "V. Exa. tinha a obrigação de dizer que conhece os deputados desta Casa e que não faríamos isso. Com sua atitude, V. Exa. colocou em risco todos os deputados deste Parlamento."

Sobre o strip-tease, Waldir Agnello considera "inconcebível" pessoas que dizem combater as desi­gualdades virem a este Parlamento trajando roupas íntimas. O deputado pondera que existe lugar certo para cada situação e lembra que o Regimento Interno da Casa deve ser cumprido. "As pessoas que vêm ao Parlamento trajando chinelos ou roupas inadequadas devem ser barradas."

Ao finalizar, Waldir Agnello disse: "Esperava que V. Exa. viesse à esta tribuna para pedir desculpas aos 93 parlamentares desta Casa, que foi achincalhada. Era isso o que esperava."

alesp