Audiência segue com polêmica em torno da Educação

Audiência Pública em Bauru
15/09/2005 19:16

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A audiência prossegue com a polêmica em torno da Educação. Seguidas manifestações e contraditórios sobre o assunto acabaram gerando debates acalorados. O jornalista Pedro Valentim, de Bauru, afirmou que somente os ricos estão nas universidades públicas e que o ensino médio deveria receber mais recursos, para melhor preparar mais alunos candidatos ao ensino superior.

O professor da Unesp, Geraldo Bergamo, disse que os saudosos da ditadura colocaram ontem a polícia contra os manifestantes, porque estes desagradam às elites. "Hoje, com a ampliação do ensino médio, os formados acabam aumentando a demanda universitária que, portanto, também precisa ser ampliada."

Segundo o professor, a presença da Unesp em um município não provoca apenas impacto na economia do futuro. "Ela movimenta a economia presente. Professores também são consumidores."

Outra professora, Marilena, falou em nome da Apeosp, CPP e Afuse. Ela disse que os servidores da Educação estão apanhando da polícia há muitos anos. "Isso tem acontecido seguidamente porque a Educação não é tratada com respeito."

A manifestação de Roberto Graziani, representante da Secretaria Estadual da Cultura, tumultuou a reunião. Após pedir incentivos para as oficinas de cultura, Graziani tentou defender o governo e foi contestado com veemência pelos estudantes.

Mariuze Lima, do Sindsaúde, reclamou que Graziani teve maior tempo para expor sua opinião. O presidente Crespo explicou que controlaria o tempo com maior rigor e abriria exceção para que ela falasse, uma vez que a mesma havia cedido seu tempo para o professor Bergamo. A sindicalista pediu melhores condições para o atendimento de saúde e lembrou que o projeto de reajuste anunciado pelo governador ainda não chegou ao Legislativo.

Nilma Silva, da Unesp, destacou o trabalho de pesquisa que é feito dentro das universidades e do qual a comunidade não tem conhecimento. Bruno Terribas, estudante de Jornalismo da Unesp, esclareceu que o embate entre escola pública ou privada não interessa ao meio acadêmico, nem as acusações políticas fazem diferença. "O que importa é defender o ensino."

Demandas sem polêmica

Poucos falaram sobre as demandas de Bauru. Wilson Brasil pediu a iluminação do trecho da rodovia Marechal Rondon entre Gasparini e Unip. Valdir Caso pediu tratamento de esgoto despejado nos rios Bauru e Tietê, duplicação da rodovia Bauru-Iacanga, ligação ao aeroporto de cargas de Bauru, a ser concluído no próximo ano. Esses dois pedidos foram apoiados pelo vereador Benedito Silva, que também reivindicou a conclusão do Hospital do Centrinho. O vereador Paulo Martins Neto pediu a conclusão de viaduto entre os bairros de Bela Vista e Vila Falcão.

Apesar de ter sido alvo de críticas dos manifestantes, o deputado Pedro Tobias (PSDB) conseguiu pontuar, sem interrupções, as demandas que considera importantes para Bauru, como o recapeamento da rodovia que liga a cidade a Marília, a conclusão do acesso ao aeroporto e a prioritária ampliação do Hospital do Centrinho que, segundo ele, precisa de equipamentos e aparelhos auditivos.

O vice-presidente da comissão, Enio Tatto (PT), explicou que o impasse quanto ao veto à emenda para Educação foi gerado porque havia um acordo de ser aprovada essa única emenda que o governador não vetaria, uma vez que os deputados haviam aberto mão de outros itens. "Não foi o que ocorreu, o Executivo acabou vetando a emenda que favoreceria a Educação."

Tatto disse que não se surpreende com as manifestações, porque essas manifestações são a expressão de uma sociedade livre que muito lutou pela democracia.

Edmir Chedid (PFL), relator do orçamento, afirmou que a reunião tomou um tom político e que não houve muitas apresentações de demandas. "Mas, audiência pública também é campo de debates polêmicos."

O relator disse que a comissão está em Bauru independente de partido para aprovar um orçamento mais justo. "Não queremos fazer do orçamento um palanque político, queremos investir o orçamento de maneira mais justa."

O deputado visitou o Centrinho e ressaltou o trabalho que é feito naquele hospital, no atendimento de pacientes com lábio leporino. "Temos que encontrar um meio de garantir mais recursos para que o tio Gastão, como é conhecido o diretor do Centrinho, de continuar seu trabalho."

O presidente da Câmara, Antonio Carlos Garms, reforçou a fala sobre o Centrinho e disse que o local atende pessoas de outros países.

Exceção aberta pelo presidente Crespo garantiu a fala de Saulo Rodrigues Carvalho, estudante da Unesp que leu uma Carta aos Vereadores, na qual pede o envio de moção aos deputados pedindo a derrubada do veto às emendas para a Educação na LDO.

alesp