Bastante pertinente artigo de autoria do ex-governador Paulo Maluf publicado pela Folha de S. Paulo na semana passada, sobre o projeto para construção do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Guarulhos/ Cumbica. A proposta anunciada promete duplicar a capacidade do aeroporto de 20 milhões para cerca de 40 milhões de passageiros ao ano, que tem reforçada a necessidade da sua execução com a aproximação da realização da Copa do Mundo no Brasil. O projeto prevê 230 mil m2 e terá condições para receber 19 milhões de passageiros. Isso demonstra a ousadia e a visão futurista de Paulo Maluf quando, mesmo sofrendo duras críticas, até mesmo sendo alvo de uma ação popular, realizou a obra, conforme relata no mencionado artigo.

Uma demonstração notória de que o governador Paulo Maluf agiu acertadamente ao executar a obra em Guarulhos é o fato de, à época, a obra ser considerada uma obra faraônica, desnecessária, e hoje o terminal ter superlotação e precisar de ampliação urgentemente.

O artigo do ex-governador, intitulado Ampliar Guarulhos ou Covardia?, relata todo o processo de criação do aeroporto, que se deu de 1979 a 1982, quando era governador de São Paulo. De acordo com o artigo, a obra foi alvo de uma grande campanha negativa, inclusive de uma ação popular contra o investimento. Segundo o artigo, a obra somente se concretizou graças a uma parceria do governo do Estado com o Ministério da Aeronáutica, em que se aproveitou a experiência dos militares, a ampla área existente no lugar onde já funcionava a Base Aérea de Cumbica, e os recursos do governo de São Paulo. A opção por Guarulhos ocorreu ao mesmo tempo em que foi construída a Rodovia dos Trabalhadores (hoje Airton Senna), permitindo rápida ligação do novo aeroporto à Capital paulista, conta o ex-governador em seu artigo.

A grande capacidade de avaliação e o espírito empreendedor de Paulo Maluf credenciam-no a alertar na publicação que não há tempo a perder para a ampliação de Guarulhos e viabilização de Viracopos, medidas que viriam a desafogar toda a demanda proveniente do interior do Estado.

Sobre os recursos necessários para a obra, o ex-governador finaliza: "E não se use o falso argumento de falta de verbas. Se tem para o Trem Bala, não há que faltar para o transporte aéreo."



*Antonio Salim Curiati é médico, deputado estadual pelo PP e líder da bancada na Assembleia