Espontaneidade da representação e equilíbrio de síntese: a dimensão humana da obra de Thomaz Ianelli

Acervo Artístico: Emanuel von Lauenstein Massarani
12/01/2005 14:00

Compartilhar:

Estação da Luz, litografia doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Thomaz Ianelli estacao da luz.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Thomaz Ianelli<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/thomaz.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O olhar de Thomaz Ianelli foi constantemente dirigido ao seu redor para retirar da realidade circunstantes pretextos visuais para sua narração pictórica, conduzida sempre sobre o fio de uma espontânea representação de tons contidos e medidos por uma síntese bem calibrada.

Seu maior ponto de força foi na consonância cromática, na feliz paginação que restitui, à realidade apresentada, sua graça e espontaneidade, o todo alcançando uma medida e um equilíbrio que conferem ao conjunto um tom de serena contemplação.

A sensibilidade de Thomaz Ianelli se educou através de um longo exercício e uma profunda e consciente preparação. Desde jovem nunca se valeu dos movimentos da época para se valorizar. Percorreu sempre caminhos próprios.

A linguagem do artista possui uma sua força extrínseca e, em cujos espaços e volumes surgem plenamente respeitados, e em perfeito equilíbrio, o desenho e as cores. Através desse processo Ianelli traçou a dimensão de suas relações com a forma e com o conteúdo de sua obra: uma dimensão humana, repleta de sentimentos e de límpidas emoções.

Sobre o plano dessa sensibilidade, inclinada sempre a colher sugestões e o encanto particular dos objetos e da paisagem recriada, o grande artista construiu suas imagens: uma comunicação que sua imaginação tornou muitas vezes evocativa na relação com a realidade.

Assim é "Estação da Luz", litografia doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho pela Companhia do Metropolitano. Trata-se de uma obra cuja força expressiva demonstra uma linguagem pictórica ao mesmo tempo tradicional e contemporânea.



O Artista

Pintor, gravador e desenhista Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo em 1932 onde faleceu em 2001. A partir de 1950 passou a freqüentar o ateliê de seu irmão, o pintor, escultor e ilustrador Arcângelo Ianelli. Em 1953 estudou desenho com Angelo Simeone na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Integrou-se ao Grupo Guanabara em 1958 e participou de suas mostras coletivas. Manteve contatos contínuos com os artistas Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.

Durante os anos 1961 e 1962 realizou viagens de estudo pela Europa utilizando o prêmio de viagem ganho no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1965 ministrou curso de arte e desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Tornou-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco em 1958 e dez anos depois foi eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Em 1997 ilustrou o livro "O Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla.

Sua primeira exposição individual ocorreu em 1960, na Galeria de Arte da Folha de São Paulo, ocasião em que recebeu o Prêmio Leirner de aquisição. Participou ainda das seguintes exposições: Galeria Ambiente, SP; Galeria Aremar, Campinas, SP; Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro, RJ (1961); Maison du Brésil, Paris (França); Instituto de Cultura Hispânica, Madri (Espanha); Instituto Vascongago, Bilbao (Espanha) (1962); Galeria Nebli, Madri (Espanha) (1964); Galeria Astréia, São Paulo, SP (1965, 1970 e 1972); Galeria Candido Portinari, Lima (Peru) (1965); Galeria CCBEU, Santos, SP (1969); Galeria Girassol, Campinas, SP (1971); Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ (1973); Galeria Cosme Velho, São Paulo, SP (1975); Galeria Grafiti, São Paulo, SP (1976); Cristina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo, SP (1977); MAC, Curitiba, PR; Galeria Bonino, Rio de Janeiro, RJ (1979, 1982 e 1985); Galeria Debret, Paris (França); Grifo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1980); MAP, Belo Horizonte, MG; MNBA, Rio de Janeiro, RJ (1984); Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília, DF; Galeria Tina Presser, Porto Alegre, RS; MAM, São Paulo, SP; Margs, Porto Alegre, PR (1985); Paulo Figueiredo Galeria de Arte, São Paulo, SP (1986); Galeria Saramenha, Rio de Janeiro, RJ; Yutaka Sanematsu Escritório de Arte,

São Paulo, SP; Museu Municipal de Artes Plásticas Eduardo Sívori, Buenos Aires (Argentina) (1987); Galeria 111, Lisboa (Portugal) (1988); Galeria Arte Actual, Santiago (Chile); Kate Art Gallery, São Paulo, SP (1989); Galeria Zen, Porto (Portugal); Global Art Galleries, Nova Orleans (Estados Unidos) (1990); Masp, São Paulo, SP (1992); Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (1993); Espaço Henfil de Cultura, São Bernardo do Campo, SP (1996); Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP (1997); Bolsa de Arte de Porto Alegre, Porto Alegre, RS (1998); Pólo Cultural Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP (1999); Centro Cultural Padrão dos Descobrimentos, Lisboa (Portugal) (2000).

alesp