Direitos Humanos ouve depoimentos dos diretores de Potim II


02/06/2004 20:04

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Deputado Renato Simões, ao centro, preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Com Dir Marco.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Dando prosseguimento à apuração das denúncias de irregularidades na Penitenciária II de Potim, no Vale do Paraíba, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa ouviu, nesta quarta-feira, 2/6, a defesa do diretor-geral Fábio Brandão, acusado de agredir e intimidar funcionários, permitir a livre circulação de presos ligados à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e omitir socorro ao detento Fernando Nascimento, que morreu em 17 de julho de 2003 de hemorragia digestiva, causada por uma úlcera perfurada.

Brandão classificou as acusações como revanchismo, motivado pela sindicância que promovera contra funcionários grevistas. "Num domingo, dia de visitas, 23 funcionários entraram em greve. Isso poderia ter causado uma rebelião", explicou. Em sua versão, o diretor argumenta que Émerson Santos o teria acusado como forma de se defender no inquérito a que responde. O crime de Santos seria entregar drogas aos presos.

Acusação de peculato

Nivaldo Duarte, diretor de segurança de Potim II, rebateu as afirmações da funcionária Alice Mendes, que o acusa de ter determinado a realização de revistas aos familiares dos presos de forma superficial. "Durante a greve, 96 detentos foram deixados soltos no pátio. Eles poderiam facilmente libertar os outros mil presos que estavam nas celas e promover um motim. Era preciso apressar a entrada de alguns visitantes para acalmar os ânimos", explicou.

Quanto à acusação de usar de violência contra funcionários, Duarte disse fazer parte de um ardil de Célio Faiolo, que responde por crime de peculato. Preso em flagrante pelo próprio Duarte, Faiolo estaria portando nove preservativos, duas pomadas Dermase e uma lâmina de barbear destinados aos presos.

Encaminhamento

Sem material suficiente para que os deputados chegassem a uma opinião conclusiva, o presidente da comissão, Renato Simões (PT), convocou uma nova reunião para 16/6, às 14h, quando a direção do presídio e os funcionários demissionários terão nova oportunidade de apresentar documentos e testemunhos. Participaram da reunião os deputados Marcelo Cândido, Roberto Felício e Maria Lúcia Prandi (PT), Rosemary Corrêa (PSDB) e Roberto Alves (PTB).

alesp