A vida e a realidade foram à fonte de inspiração de Edgar Duvivier


05/09/2003 19:07

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Edgar Duvivier foi um escultor que desde os primórdios se ligou a uma tradição realista.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/duvivier-oabraco40903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O abraço<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/oabraco40903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Acervo Artístico

Emanuel von Lauenstein Massarani

Edgar Duvivier foi um escultor que desde os primórdios se ligou a uma tradição realista. Desse modo, além de um excelente bom gosto, desenvolveu uma visão mais completa na escultura, que da herança do século XVII ultrapassou a poética do século XVIII, sem solução de continuidade.

A ascendência dos escultores clássicos, a direta observação do "verdadeiro" e um sentimento poético feito de delicadeza e de sensualidade sempre caracterizaram a sua obra, com uma seqüência até sua morte. A própria vida, a realidade de seu próprio habitat, foram fontes inesgotáveis de inspiração.

Se alguém insinuasse que o escultor fosse um seguidor do arcaísmo, a resposta de Edgar Duvivier não seria de um cego lirismo; ele identificava a metamorfose do passado num processo de criação atual, metamorfose que se efetuava em parte na imagem poética do mundo arcaico concebida pelo próprio artista.

A. M. Hammacher, conhecido historiador da arte, escrevia que: " o artista, que por assim dizer, se sentiu atraído pelo passado, transmite mais força à imagem que se formou dentro de si. Não é o objeto em si que constitui a essência da influência, mais sim o processo de renovação e de confirmação à qual toda influencia verdadeira, produzia. Assim, o objeto e sua projeção na nova obra de arte podem ser estabelecidos e descritos, mas não podem ser explicados ".

Como na obra " O abraço ", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, por Eduarda Duvivier, filha do escultor, essa imagem não consistiu no resultado de um estudo intelectual: ela nasceu, antes de tudo, do poder criador e do estado de alma do artista.









O Artista



Edgar Duvivier nasceu em 1916, no Estado do Rio de Janeiro, e faleceu em 2001. No ano de 1944, iniciou seus trabalhos de escultura como autodidata. A convite do professor de arte Gaston Manoel Henrique, lecionou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Brasília, no Distrito Federal, em 1970.



Possui obras em vários museus, acervos particulares e oficiais, tais como: Retratos de Monsenhor Schubert, Museu do Instituto Histórico e Geográfico Brigadeiro Eduardo Gomes, Parque do Flamengo, RJ; Monumento a Anchieta, Franca; Escultura em Mármore, Palácio Cardinalício, Sumaré; Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Participou de diversos salões e de inúmeras exposições no Brasil e no exterior: Salão de Arte Sacra, Rio de Janeiro (1948); Mostra "Cinqüentenária do Vaticano", Roma (1950); Salão Oficial de São Paulo (1953); IX Salão Nacional de Arte Moderna, RJ.; Galeria Marcel Dupuy, Paris (1960); Internacional de Escultura Contemporânea, Paris (1961); Associação Des Amis D'otto Freundlich em Anvers-Sur-Oise, França (1962); Hanegoshi "Rosa Cohen", Londres (1971); Galeria Paulo Klabin, Rio de Janeiro (1982); Galeria 1900-2000, Paris; Galeria Gilda Puletti, San Francisco, Estados Unidos (1984); Galeria de Arte Centro Empresarial e Galeria Anna Maria Niemeyer, RJ. (1985); Museu de Arte de São Paulo (1986); "Tensão", Museu de Arte Moderna, RJ. (1990) e "Primavera", Mostra Noemia e Paulo D'Amico, Roma (1992); Monumento em Bronze à Imperatriz Leopoldina, Quinta da Boa Vista (1997).

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