Práticas nazistas

Mauro Alves da Silva, do Grêmio Social Recreativo Sudeste (SER), disse que as crianças não têm o que comemorar em sua semana. Citou matéria publicada pela Folha de S. Paulo que afirma que em São Paulo 65% dos diretores de escolas são indicados politicamente. Falou sobre o caso da Escola Estadual Zenaide de Godói, que foi considerada a pior do Estado, por ter chamado a polícia para prender um aluno suspeito de ter jogado bomba na escola e o menino acabou sendo torturado pelos policiais. Segundo o orador, esta escola "adota práticas nazistas".

"Enrolation"

Cremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (Napa), disse que "esta é mais uma semana contra as crianças dentro das escolas e que as professoras estão ministrando aulas em inglês - enrolation". Sobre o caso da criança que foi presa pela polícia, ela alertou: "Mãe, hoje é o filho da outra que está sendo algemado para ser levado para a delegacia, amanhã será o seu". Para Cremilda, "basta respirar meio esquisito para a professora ficar contra. Eu sei que mãe é o elo mais fraco desta corrente, mas é preciso enfrentar a situação".

Transporte caótico

Josanias Castanho Braga, do Movimento Social Parelheiros, começou sua fala dizendo que "o dia das crianças é todo dia e o das mães também". Braga denunciou a situação caótica do trânsito em sua região. Além disso, falou dos graves problemas de transportes coletivos enfrentados pela população de Parelheiros. Citou as localidades de Fundão da Barragem, Nova América e Silveira como as mais afetadas pela situação, ainda mais agora que a Cooperalta, uma cooperativa de transporte coletivo, foi desbancada. O orador disse que a região de Parelheiros precisa se preparar porque "o Rodoanel vai passar por cima das nossas cabeças". Aproveitou ainda para cobrar a construção imediata do hospital de Parelheiros.

Bônus para os professores

José Roberto Alves da Silva, do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública, lembrou que "o dia 15 de outubro é o dia do professor e que há notícia de que o governo está distribuindo bônus aos professores. Em alguns casos esse bônus vai chegar até R$ 7 mil". Não se trata "de sobra de dinheiro, na verdade é dinheiro mal investido e mal gasto, já que vivem dizendo que a qualidade de ensino é baixa porque não tem dinheiro". O orador conclamou os pais a irem à secretaria e à APM e fiscalizarem como todo esse dinheiro está sendo gasto. Ele denunciou uma escola em Santo André em que um dos professores fez as crianças assistirem ao filme "Tropa de Elite", para ensinar como se tortura.

Ordem e Progresso

"Ordem e Progresso é um lema que tem que ser cumprido." É o que crê Ricardo Monteiro Souza (Manndella), representante da Aban e do Diga Brasil Movimento Negro. Manndella destacou o trabalho de Valdemiro Santiago, que ajuda muitas pessoas e que tem enfrentado acusações de promotores. Ele também espera que os três poderes do Estado conquistem maior credibilidade e criticou os "políticos que compram rádios e TVs".

Camburão infantil

Robson César Correia de Mendonça, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua em São Paulo, disse que o secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, que esteve na Câmara de Vereadores, usa de uma falácia quando afirma que "o morador de rua não quer sair da rua. O que o secretário não diz "é que os albergues só dão um pernoite. Às vezes um morador de rua passa 15, 20 ou 30 dias sem conseguir dormir no albergue e acaba humilhado nas marquises. Esse secretário ainda afirmou que as crianças têm que ser retiradas da rua com camburão".

Financiamento e felicidade

José Baia de Lima, do sindicato de saúde de São Paulo, falou sobre o atendimento médico caótico oferecido pelo SUS em São Paulo, a terceira cidade do mundo. Destacou os 20 anos do SUS e afirmou que existem gestores de saúde que às vezes suprem as necessidades do serviço e que "sem financiamento não dá para ser feliz". Baia quer saber onde são aplicados os 40 milhões de reais arrecadados pela CPMF, uma vez que não vão para a Saúde. Apelou ao presidente Lula e ao governador José Serra para que dêem atenção a essa área tão carente.

TV Cultura

"Devemos ser o que somos e ter aquilo que bem merecemos" é o mote de Darcy Rosa dos Reis, representante de vários setores carentes. Ela parabenizou a TV Cultura pela programação, "porque precisamos também de alimento intelectual". Opinou ainda sobre os perigos de diagnósticos médicos inconclusivos.

Parabéns aos democratas

Maria Lima de Matos, representante do Movimento de Mulheres em Defesa da Vida e delegada de polícia aposentada, cumprimentou os deputados Vaz de Lima (PSDB), presidente da Alesp, Donisete Braga (PT), Rui Falcão (PT) e Bruno Covas (PSDB), por serem todos verdadeiros democratas, o que, disse ela, "não é o caso do governador José Serra". Segundo Maria, Serra desconsidera o artigo 5º da Constituição ao não colocar policiamento nas ruas, principalmente nas 94 favelas do Guarujá.

Convite

Ailton dos Santos Brito, da Associação Santo Expedito, convidou a todos para a Festa de Engenheiro Marsilac, que acontecerá neste domingo, 14/10, e "vai levar cinco minutos de alegria às crianças". Ele se empenha em um trabalho de desenvolvimento social na região que representa e afirmou estar "junto com os outros [participantes da Assembléia Popular] na luta por tudo o que falta no bairro", como educação e planejamento habitacional que, segundo ele, deve respeitar o "direito de a pessoa permanecer na terra que tem", apesar das questões de meio ambiente.

Traquinagem

"Sempre houve a traquinagem de alunos estourando bombas nas escolas, mas só que na escola Zenaide Lopes de Oliveira Godói um aluno acabou na delegacia e por isso está prestando serviço comunitário", afirmou Rosângela Veiga da Silva, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos. Segundo ela, se a pena é muito severa para o aluno, para a ex-diretora da escola não existe punição, apesar da acusação de desvio de verba. Rosângela crê "na justiça, na juventude e no futuro", que deve ser alicerçado na formação de cidadãos.

"Nada se apura"

Josemar de Campos Silva denunciou "os escândalos e falcatruas do governo Serra". Segundo o orador, a verdade não é dita nesta Casa. Josemar pediu "aos deputados da Assembléia Legislativa que tenham vergonha na cara. O deputado é eleito pelo povo e a ele deve servir". Disse que tentou falar com o presidente da Assembléia, mas que não foi recebido. Para Josemar "nada, nada se apura nesta Casa.

Creches e transportes

Leonilson de Queiroz Almeida, do Movimento Social de Parelheiros/Marsilac, afirma que as crianças da região estão sofrendo com a falta de creches e de transporte. Segundo ele, os pais percorrem um trajeto de 15 a 20 quilômetros para levarem seus filhos à creche mais próxima. "O longo percurso faz com que cheguem atrasados em seus empregos, correndo o risco de serem demitidos", alerta José Leonilson. Ele reivindicou ainda transporte digno e de qualidade para a população de Vargem Grande e pediu a atenção dos governantes para a periferia.

Melhorias no transporte

A dificuldade para recarregar o cartão BOM, vale-transporte utilizado pelo Consórcio Metropolitano de Transportes, foi a primeira reclamação de Francisco Antonio Barbosa, do Movimento Direito à Cidadania Embu-Guaçu em Ação. Ele também sugere que o cartão intermunicipal tenha a validade de duas horas para integração com outras linhas, como acontece em São Paulo. A instalação de um posto policial na altura do quilômetro 34 da rodovia SP-214 foi outra solicitação do orador, que adverte: "Vários ônibus são assaltados naquele trecho".

Omissão dos problemas

Rommel Gimenes de Araújo, do Fórum Regional de Luta por Moradia/Pedreira, chamou a atenção da população para a situação da política nacional. Ele acusa a mídia, em especial a Rede Globo de Televisão, de ocultar os problemas vivenciados pelas cidades governadas pelo PSDB. O acidente da linha 4 do metrô, na capital paulista, foi lembrado por Rommel. Ele diz que a omissão sobre o caso é total. "Onde está a CPI da linha 4?", cobrou. Rommel acusa ainda os membros do PSDB e do DEM de articularem contra o fim do FGTS e do 13°. "Eles querem acabar com os direitos dos trabalhadores", protestou.

Má administração e desemprego

Ianete dos Santos, da ONG Embu-Guaçu em Ação, criticou a postura da Vunesp, organizadora do concurso público da Câmara dos Vereadores de São Paulo, por não ter enviado o comunicado aos inscritos informando data, local e horário das provas. Ela apontou ainda várias ações do prefeito Gilberto Kassab, que considera falhas administrativas. O fechamento dos bingos, o projeto Cidade Limpa e a fiscalização aos postos de gasolina geraram muito desemprego, na opinião de Ianete. "Fiscalizar está certo, mas pense bem, senhor Kassab, antes de abusar de sua autoridade", concluiu.

Demissões injustas

Mario Luiz Martinho Suzuki, da Comissão de Demitidos da Imesp, acusou a atual administração da Imprensa Oficial de demitir funcionários de carreira para contratar pessoas em regime de confiança. Ele enfatizou a importância da instituição, que é responsável pela publicação de todos os atos dos governos. Mário afirma que foi um dos demitidos injustamente e cobra do governo Serra e do PSDB a transparência na gestão do órgão.

Protecionismo na Imprensa Oficial

Sárvio Nogueira Holanda, jornalista e funcionário da Imprensa Oficial do Estado, afirma vir prestar contas ao público, a quem disse dever satisfações. Ele lamenta o que vem acontecendo na Imprensa Oficial. Disse que funcionários íntegros e capazes, pelo simples fato de serem negros, têm sido substituídos por brancos. "Existe um favoritismo em decorrência do protecionismo. Fazem carreiras os ineptos, os bajuladores e os exibicionistas", aponta. Ele denunciou que há oito anos não se faz concurso público a fim de favorecer a indicação de pessoas sem nenhum envolvimento com a instituição.



O programa Assembléia Popular coloca uma tribuna à disposição dos cidadãos que queiram expor sua opinião a respeito de um tema de interesse da comunidade, todas as quartas-feiras, das 12h às 13h. As inscrições podem ser feitas no próprio dia em que os oradores pretendem fazer uso da palavra, das 11h15 às 11h45, no auditório Franco Montoro, no andar Monumental da Assembléia Legis­lativa. Para isso, os interessados devem preencher um formulário no local, res­pon­sabilizando-se pelas opiniões que serão emitidas. É necessária a apresentação de documento de identidade. Cada inscrito pode falar por, no máximo, dez minutos. As sessões da Assembléia Popular são transmitidas pela TV Assembléia aos sábados, às 12h, pelos canais 13 da NET e 66 da TVA.